Corrida de Toras é realizada em Brasília para alertar sobre os incêndios florestais
15 Setembro 2024
Redação AgroDF
Um grupo de mulheres das etnias Timbira e Xavante ocuparam hoje (15) o Eixão do Lazer, no centro de Brasília, para promover a 20ª Corrida das Toras em Defesa do Cerrado. O evento marca a série de protestos dos povos indígenas contra a lei que estabelece o marco temporal das terras dos índios e contra os incêndios que estão devastando as florestas brasileiras.
A corrida, vendida este ano pelas timbiras, também foi para chamar atenção para o crescimento de plantações e de pastagens ao redor das reservas indígenas no Cerrado, onde estão as nascentes de oito das 12 principais bacias hidrográficas do país. Nelas, vivem cerca de 12 mil pessoas da etnia Timbira e 19 mil da etnia Xavante.
A corrida é marcada pela prova de revezamento de toras entre os Timbira e os Xavantes. Antes, costumava se realizada em datas comemorativas e restritas às aldeias. Há 20 anos, também é realizada em Brasília e usada para protestar contra o desmatamento e em defesa do Cerrado. A corrida corre também em aldeias no Tocantins, Maranhão, Pará e Mato Grosso
As competidoras se apresentam pintadas com as cores das tribos que representam, como forma de espantar os maus espíritos. Toras de buriti, palmeira sagrada para diversos povos indígenas, de quase 100 quilos cada, são carregadas pelas competidoras. O tronco é repassado de uma índia para outra da mesma tribo. Não pode deixar a madeira cair.
As timbiras ganharam, mas, segundo os organizadores do evento, não há vencedores nem vencidos. Afinal, o objetivo é o mesmo: chamar atenção para a defesa do Cerrado, segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).