Ministro diz que produção brasileira vai dobrar sem desmatamento, poupando florestas e o Cerrado
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, garantiu hoje (9) que o Brasil intensificará a produção rural, mas que esse avanço não se dará sobre áreas de florestas ou sobre o Cerrado. “Vamos fazer isso nas áreas degradadas”, afirmou o ministro ao participar do Fórum Internacional da Agropecuária (Fiap), realizado em Cuiabá (MT).
O evento reuniu líderes do setor para debater o futuro do agronegócio global e antecede as reuniões do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20, que contará com ministros das principais economias mundiais, além de representantes da União Europeia e da União Africana.
Fávaro enfatizou a vocação do Brasil para a produção sustentável de alimentos e destacou o potencial do país para aumentar a produção sem expandir o desmatamento, mencionando o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD).
Com esse programa, o governo brasileiro pretende recuperar e converter até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis nos próximos dez anos. Dessa forma, estima quase dobrar a área de produção de alimentos no Brasil sem desmatamento, evitando, assim, a expansão sobre áreas de vegetação nativa.
Combate à fome
Fávaro salientou que o momento é propício para que o Brasil assuma a presidência do G20, tendo como a sustentabilidade. Lembrou que o Grupo de Trabalho da Agricultura vem traçando os rumos da produção agropecuária e seu desenvolvimento sustentável para a segurança alimentar e nutricional global. “O tema escolhido pelo Brasil na presidência do G20 é muito importante”, afirmou. “Não existe inclusão melhor do que o combate à fome. É fundamental para um mundo melhor e uma das prioridades do presidente Lula”.
A presidência brasileira do G20 vai até a reunião de cúpula de novembro, no Rio de Janeiro. O G20 é composto por 19 países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, e dois órgãos regionais: a União Africana e a União Europeia.
Os integrantes do grupo representam cerca de 85% da economia mundial, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população do planeta. A próxima presidência o grupo caberá à África do Sul.