Mais de 600 bombeiros e brigadistas atuam para combater o incêndio, que destruiu 1.473 hectares em quatro dias
18 Setembro 2024
Redação AgroDF
O comando do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) anunciou hoje (18) que está controlado o incêndio no Parque Nacional de Brasília, após quatro dias de operações na área. Nesse período, o fogo devorou 1.473 hectares do parque. Agora, o maior desafio é combater o fogo debaixo da terra, mais difícil de identificar e que se alastra ao consumir matéria orgânica no subsolo.
O risco é que as chamas voltem a atacar a floresta. Para evitar que isso corra, mais de 600 bombeiros e brigadistas prosseguem com operações de resfriamento do solo, segundo o comandante operacional da corporação, Pedro Aníbal. “O incêndio subterrâneo é um dos mais difíceis de identificar porque nós não vemos o local onde o fogo está queimando, não existem chamas”, explicou Aníbal.
“Nós vemos pontos de fumaça e, com isso, sabemos que ali naquela região tem um incêndio subterrâneo”, esclareceu. “O que está queimando é matéria orgânica que está depositada no solo. Isso acontece normalmente em matas ciliares, matas de galeria, então é o foco mais difícil de combater.”
O fogo no Parque Nacional começou no domingo, numa área próxima à Estação Bananal, unidade de captação de água da Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb). O combate ao incêndio teve início às 11h20, segundo o comando dos Bombeiros. Em razão da seca, as chamas se alastraram rapidamente. Em quatro dias, foram destruídos 1.473 hectares de vegetação.
Grandes incêndios
Esse não é o maior incêndio florestal ocorrido no Parque Nacional. O recorde foi em 2010, quando 15.678 hectares de vegetação foram atingidos pelas queimadas. Outros dois grandes incêndios foram registrados em 2007 (14.152 hectares destruídos) e 2022 (11.218 hectares).
O Governo do Distrito Federal não faz nenhuma relação entre esses grandes incêndios. Mas no caso dessa nova queimada no Parque Nacional, o GDF suspeita que tenha sido causado por ação humana, considerando mais provável a tese de incêndio criminoso.
Nos últimos cinco dias, três pessoas foram presas no DF suspeitas de provocar incêndios florestais. A mais recente prisão ocorreu hoje (18), de forma preventiva, durante a Operação Curupira, deflagrada pela Polícia Civil (PCDF). Na ocasião, um homem de 50 anos foi detido acusado de atear fogo em 12 de agosto em um terreno no Lago Oeste. O incêndio atingiu outras propriedades e áreas de proteção ambiental.

Ibaneis sobrevoa o parque
O governador Ibaneis Rocha sobrevoou hoje (18) a área do Parque Nacional de Brasília. Lamentou as queimadas e elogiou a atuação do Corpo de Bombeiros do DF para combater as chamas e controlar o fogo. “É uma situação muito triste ver uma queimada dessa, quase dentro da nossa cidade”, lamentou Ibaneis.
O governador salientou que, apesar da fumaça, da fuligem, do calor e dos prejuízos causados à população, “o incêndio consumiu somente 3,4% de todo o Parque Nacional”. Ibaneis disse ainda: “Vamos torcer para chover o mais rápido possível. Enquanto isso, os nossos militares do Corpo de Bombeiros estarão mobilizados para manter a situação controlada”,
As operações no Parque Nacional estão sendo feitas em conjunto pelo Corpo de Bombeiros do DF, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).