Exames deram negativos para amostras colhidas em granja em Mato Grosso
Redação AgroDF
19 abril 2025
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Instituto de Defesa Agropecuária do Mato Grosso (Indea) descartaram a ocorrência de gripe aviária (H5N1) numa propriedade rural no município de Nova Brasilândia, a 233 quilômetros de Cuiabá. As investigações começaram domingo (18) após a morte de aves criadas por moradores da região. O Laboratório de Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em São Paulo, analisou as amostras e os resultados deram negativo.
Em nota à imprensa, o Indea declarou: “Recebemos o resultado no qual estava sob investigação laboratorial uma amostra de ave que apresentava sintomas suspeito de gripe aviária, no município de Nova Brasilândia. O resultado deu negativo e, portanto, foi descartado, nesse caso, a presença da doença viral em aves em Mato Grosso”.
O caso suspeito ocorreu numa propriedade onde a criação de aves se destina ao consumo familiar, não tendo características comerciais. “O caso de Nova Brasilândia atendia aos critérios para colheita de amostras e análise”, explicou Emmanuelle Rosa Mutzenberg, médica veterinária do Indea. “Havia mortalidade, havia sinais neurológicos. Então, é de rotina que o Indea verifique e certifique se é ou não gripe aviária”.
Sem restrição ao consumo
O Ministério da Agricultura vem tranquilizando os consumidores, esclarecendo que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. “A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo”, enfatizou o Mapa em comunicado.
O ministério ressalta ainda que o risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo. Mas pode ocorrer, principalmente quando os produtores, sem instrumentos de proteção, têm contato direto e intenso com aves infectadas vivas ou mortas.
Ameaça à balança comercial
A gripe aviária, se não é uma grande ameaça à saúde humana, afeta severamente a balança comercial brasileira. A confirmação do primeiro caso em uma granja comercial no Rio Grande do Sul levou nove países a suspenderem as importações de carne de aves e subprodutos avícolas brasileiros por 60 dias. Nesse período, o Brasil precisa mostrar quais as medidas tomadas e quais os resultados alcançados para combater a doença e não deixar que ela se propague.
Países da União Europeia, além da China, Argentina, Uruguai, Chile, México, Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Filipinas, restringiram, total ou parcialmente, a compra do frango brasileiro logo após a confirmação do primeiro caso no Rio Grande Sul.
Mais de 37% das exportações das carnes de aves brasileiras são para a União Europeia, China, Argentina, Chile, Coreia do Sul, México, Uruguai, Canadá e África do Sul. Entre janeiro e abril deste ano, o Brasil arrecadou US$ 1 bilhão com as exportações de carnes de aves.
Histórico da doença
O primeiro caso da gripe H5N1 detectado no Brasil foi em 15 de maio de 2023. Desde então, já foram investigados 2.883 casos suspeitos. Desses, 166 foram confirmados, o que representa cerca de 5% das suspeitas. Dos casos positivos, um ocorreu numa granja comercial, três foram em criações domésticas para consumo familiar e 164 em aves silvestres.
Desde a última sexta-feira (16), o Governo do Rio Grande do Sul começou a montar barreiras sanitárias para a contenção do foco de influenza aviária em Montenegro. Aves não infectadas foram sacrificadas e ovos produzidos pela granja foram destruídos.