No Dia do Planeta Terra, relatório aponta crescimento da energia solar
Redação AgroDF
22 abril 2025
A produção global de energia limpa, puxada pela energia solar, cresceu 41% em 2024. Essa foi a primeira vez que o patamar de 40% é superado desde 1940, quando o sistema elétrico do planeta era 50 vezes menor e a anergia renovável se resumia, praticamente, à geração hidrelétrica.
Os dados são do relatório da Ember, grupo internacional com sede em Londres que estuda o setor energético. O documento marca as comemorações do Dia do Planeta Terra, festejado a cada ano em 22 de abril em todo o mundo. Neste ano, o tema da data é “Nosso Poder, Nosso Planeta”, que objetiva triplicar até 2030 a geração global de energia limpa.
Os números da Ember se baseiam na análise de dados de eletricidade de 215 países, entre eles os 88 que respondem por 93% da demanda global de eletricidade, como as sete maiores economias do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido e Japão.
O relatório ressalta que, apesar do crescimento da produção de energia limpa, a energia gerada por combustíveis fósseis cresceu 4% em 2024. Esse crescimento é atribuído às ondas de calor em um ano de altas temperaturas, que levaram ao maior uso de aparelhos de ar-condicionado e refrigeradores, além da demanda por eletricidade em países como China e Índia.
Efeito estufa
Os números da Ember indicam que a quantidade de gases de efeito estufa emitida ainda não começou a cair, apesar do aumento da produção de eletricidade gerada por fontes limpas, especialmente pelo sistema de energia solar.
No caso do dióxido de carbono (CO₂) — principal gás de efeito estufa —, as emissões atingiram nível recorde em 2024. Naquele ano, a produção de CO₂ aumentou 1,4%, chegando ao recorde histórico de 14,6 bilhões de toneladas lançadas na atmosfera. As fontes de produção de combustíveis fósseis que mais crescem foram o carvão (34%) e o gás (22%), segundo o relatório.
A Ember relata que, nos últimos cinco anos, economias asiáticas em rápido crescimento, especialmente China e Índia, continuaram expandindo o uso de combustíveis fósseis para atender à demanda por eletricidade, sustentada pela eletrificação contínua dos setores residencial e de transporte, bem como por uma expansão notável de data centers, sistemas de inteligência artificial (IA) e mineração de criptomoedas.
Energia renovável
O relatório da Ember destaca que a energia solar continua sendo a fonte energética que mais cresce no mundo. A produção desse tipo de energia vem dobrando a cada três anos desde 2012. Em 2024, foi a fonte de eletricidade que mais cresceu no mundo pelo 20º ano consecutivo. A China continua dominando o crescimento da energia solar, sendo responsável por mais da metade da expansão global.
Apesar desse crescimento, a energia solar ainda responde por parte relativamente pequena da matriz energética global, contribuindo com pouco menos de 7% do fornecimento mundial. Já a energia eólica representou pouco mais de 8%, enquanto a hidrelétrica respondeu por 14%, sendo a maior fonte de energia limpa. As outras energias renováveis responderam por 3% do fornecimento global, conforme o relatório.
O relatório estima que a demanda por energia elétrica vai crescer 10,2% até 2028, com média de crescimento de 3,4% a cada ano. Mas pelas projeções da Ember, o crescimento da geração limpa será rápido o suficiente para acompanhar o ritmo da demanda até 2030.
Memória
O Dia da Terra foi celebrado pela primeira vez em 1970, nos Estados Unidos. Movidas pela crise ambiental, como o derramamento de óleo, a poluição atmosférica e dos rios, 20 milhões de pessoas foram às ruas protestar. Na época, foi o maior evento cívico do planeta e resultou em ações concretas dos governos, como o estabelecimento de leis e agências ambientais.
Instituída oficialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2009, a data serve para incentivar governos, organizações não-governamentais e sociedade civil a promover ações que levem à reflexão sobre a importância da preservação do meio ambiente, além de estimular a produção de energia limpa.
Esse tipo de energia vem de fontes renováveis, como o sol, que não produzem gases de efeito estufa e, portanto, não impulsionam as mudanças climáticas. É uma energia que pode reduzir substancialmente a produção a combustíveis fósseis, que causam danos ao meio ambiente e à saúde humana.
