A proposta é estimular a indústria brasileira, reduzir a dependência dos países produtores e abastecer o mercado interno
Redação AgroDF
29 Agosto 2023
O vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, anunciou hoje (29) que o Governo Federal irá lançar em novembro a nova versão do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF). O objetivo do plano é reduzir a dependência da importação desses produtos e abastecer o mercado interno com produtos nacionais sem deixar de manter relações com os principais fornecedores mundiais, segundo o ministro, ao participar do 10º Congresso Brasileiro de Fertilizantes.
Alckmin lembrou que o Brasil é quarto maior produtor agrícola do mundo e o maior exportador de soja do planeta, mas que 85% dos fertilizantes usados na produção brasileira são fabricados em outros países. “Entre 1998 e 2001 houve um crescimento de 440% na importação de fertilizantes”, argumentou. “A dependência externa nessa área custa US$ 25 bilhões por ano. Precisamos reverter esse quadro com investimento em pesquisa e tecnologia”.
A primeira versão do PNF foi lançada ao final de 2021, no governo do presidente Jair Bolsonaro. O plano, porém, pouco avançou. Com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, as importações de fertilizantes foi prejudicada. Isso despertou o interesse do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em buscar soluções. Em maio deste ano, Lula recriou o Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas (Confert), presidido por Alckmin.
Produção de tecnologia
O Confert vem trabalhando na elaboração de políticas públicas para reduzir a da importação de fertilizantes e garantir mais competitividade ao país. O novo Plano Nacional de Fertilizantes já é resultado desse trabalho. Mas além de fertilizantes, o governo quer que o Brasil reduza também a importância de tecnologias para o setor agrícola. Segundo Alckmin, 90% das tecnologias adotadas pela agroindústria vêm de fora.
Em resposta a essa dependência, foi criado um grupo de trabalho para a implementação do Centro de Excelência em Fertilizantes sob coordenação da Embrapa. A rede de pesquisa da empresa vem desenvolvendo tecnologias para produção e uso de fertilizantes e insumos. A cadeia de pesquisadores contaria com mais de 50 produtos, que devem chegar ao mercado em três anos.
O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, reforçou que “ampliar a indústria de fertilizantes vai movimentar não apenas o agronegócio, mas também a indústria do Brasil”. “Fertilizante é sinônimo de alimentos, de emprego, de oportunidades, de crescimento e estabilidade da economia e controle inflacionário”, defendeu o ministro. Afinal de contas, não se produz alimentos se não tivermos fertilizantes. Fertilizante é segurança nacional e significa paz no mundo porque onde tem comida, tem paz”.