O total da área queimada é 70% menor do que no primeiro trimestre de 2024
Redação AgroDF
16 abril 2025
Todas as áreas atingidas por queimadas no Brasil somaram 912,9 mil hectares nos três primeiros meses de 2025, o equivalente a 913 campos de futebol. O total queimado é 70% menor das terras destruídas pelo fogo no mesmo período de 2024, quando foram devastados 2,1 milhões de hectares.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Monitor do Fogo, uma ferramenta do MapBiomas, que utiliza imagens de satélite para mapear áreas afetadas por incêndio em todo o país. Conforme a instituição, o impacto maior foi sobre a vegetação nativa, com 78% do total de toda a área queimada, enquanto a vegetação campestre em formação perdeu 43%.
No último mês do primeiro trimestre deste ano, o fogo alcançou 106,6 mil hectares do país, o equivalente a 10% da área total queimada no período. Na comparação com março de 2024, foram 674,9 mil hectares a menos queimados, o que representa redução de 86%.
Do total no mês de março de 2025, a Amazônia queimou 55,1 mil hectares; o Cerrado, 37,8 mil hectares, a Caatinga 2,2 mil hectares, Mata Atlântica, 9,2 mil hectares, o Pampa 1,5 mil hectares e o Pantanal, 561 hectares.
Campeões de queimadas
Os três estados mais atingidos por queimadas no primeiro trimestre de 2025 foram: Roraima (415,7 mil hectares), Pará (208,6 mil hectares) e Maranhão (123,8 mil hectares). Fazem parte de Roraima os municípios mais afetados: Pacaraima (121,5 mil hectares) e Normandia (119,1 mil hectares).
É no início de cada ano que Roraima vivencia sua estação de seca, o que contribui para as queimadas nesse período. “Os dados do primeiro trimestre de 2025 refletem essa sazonalidade climática, com Roraima despontando como o principal foco de fogo no país”, explica o pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Felipe Martenexen.
Biomas mais afetados
O Cerrado se destacou com a maior área queimada no primeiro trimestre em comparação aos últimos anos. O resultado “reforça a necessidade de estratégias específicas de prevenção e combate ao fogo de cada bioma”, defende a pesquisadora do MapBiomas, Vera Arruda.
No Cerrado, entre janeiro e março de 2025, as queimadas tiveram aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram devorados pelo fogo 91,7 mil hectares do bioma, ficando 106% acima da média histórica desde 2019.
Em relação ao mesmo período de 2024, o fogo também aumentou na região da Mata Atlântica (7%) e do Pampa (1,4%). Na Mata Atlântica foram queimados 18,8 mil hectares e no Pampa, 6,6 mil hectares.
A Amazônia registrou queda de 72% da área queimada em relação ao primeiro trimestre de 2024. Mas a área devastada é gigantesca: 774 mil hectares queimados, representando 78% do total nacional.
O Pantanal e a Caatinga também observaram redução nas suas áreas queimadas durante os três primeiros meses de 2025. Eles tiveram, respectivamente, 10,9 e 10 mil hectares atingidos pelo fogo, que representaram reduções de 86% e 8% em relação ao mesmo período de 2024.
As chuvas registradas no primeiro trimestre contribuíram para a redução das queimadas, conforme aponta Vera Arruda. Ela, porém, alerta: “É importante entendermos que a estação seca de 2025, que se aproxima, possivelmente ainda será forte, o que pode reverter essa condição de redução”.