Combate a incêndios florestais no envolve brigadistas, viaturas especiais e aeronaves
Redação AgroDF
30 abril 2025
O combate aos incêndios florestais já começou no Distrito Federal com o lançamento oficial, nesta quarta-feira (30), da Operação Verde Vivo 2025. Planejada desde janeiro deste ano, a operação está colocando em campo brigadas florestais, viaturas especiais,
aeronaves e ferramentas de georreferenciamento para o monitoramento das áreas mais suscetíveis aos incêndios florestais no Cerrado.
A Verde Vivo foi lançada pela vice-governadora Celina Leão em solenidade na Praça do Buriti, com a participação de militares do Corpo de Bombeiros, além de servidores do Grupamento de Proteção Ambiental (Gpram), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Brasília Ambiental (Brasília Ambiental).
A operação acontece quando ainda chove no DF, onde está previsto forte e prolongado período de estiagem, criando um cenário propício às queimadas. Ao falar sobre esse cenário, Celina Leão lembrou dos preparativos da operação e da importância da participação dos moradores.
“Além da atuação direta, há um trabalho preventivo realizado junto às comunidades rurais para que estejam engajadas antes do período mais crítico da seca”, destacou a vice-governadora. “Esse engajamento da população foi essencial no enfrentamento da seca histórica do ano passado, reduzindo significativamente as queimadas”.
A operação envolve estratégias de inteligência, tecnologia e prevenção a incêndios, além de profissionais treinados para mapear áreas de risco e iniciar ações preventivas. Entre as técnicas aplicadas está o uso do fogo controlado, utilizado no combate a incêndio de grandes proporções.
Ações integradas
As ações da Verde Vivo são realizadas de forma integrada. A operação é coordenada pelo Corpo de Bombeiros em parceria com as Secretarias do Meio Ambiente e de Segurança Pública. “Essa parceria com as forças de segurança é crucial para evitar danos, especialmente nas áreas rurais durante o período de seca”, enfatizou o secretário de Segurança, Sandro Avelar, reforçando que a participação da comunidade é essencial para identificar movimentações suspeitas e prevenir incêndios, muitos dos quais teriam origem criminosa.
O comandante do Corpo de Bombeiros, Leonardo Raslan, ressaltou que na operação de 2025 há um contingente de brigadistas destacado unicamente para o combate a incêndios florestais, que ocorrem com maior intensidade entre maio e outubro. “Combate a incêndio faz parte do nosso trabalho”, reforçou Raslan. “Mas, diante da gravidade da situação, acionamos a fase máxima de resposta”.
O comandante reconheceu que não é possível impedir totalmente os incêndios, mas que o Corpo de Bombeiros vai trabalhar para garantir que as queimadas causem o menor prejuízo possível. Para isso, ele considerada fundamental a colaboração da população, sobretudo das áreas rurais, onde moradores estão sendo treinados para prevenir, combater e controlar incêndios florestais.
Reforço aéreo
Em janeiro deste ano, o GDF adquiriu um novo helicóptero com o objetivo de reforçar as ações tanto no transporte de tropas quanto no combate aos incêndios por meio do lançamento de água. O apoio aéreo envolve ainda aeronaves de asa fixa e rotativa, que são usadas para reduzir as chamas e permitir que os combatentes atuem com mais segurança e mais próximos aos pontos de queimadas.
O reforço aéreo agiliza o tempo de resposta e possibilita o lançamento das equipes diretamente nos pontos estratégicos de combate. Mas as aeronaves só são acionadas quando as condições de segurança são garantidas pelas equipes que estão atuando em solo. “Por isso, há uma estreita cooperação entre o Grupamento de Proteção Ambiental e o Comando de Aviação Operacional, para garantir que o serviço seja realizado da melhor forma possível”, explica o tenente-coronel Daniel Saraiva, que também atua como copiloto de helicóptero.
Fases da Verde Vivo
As ações da Operação Verde Vivo 2025 são divididas em três fases:
1 – Fase de Preparação e Prevenção: Capacitação das equipes e planejamento logístico para garantir que os militares e os recursos estejam prontos para atuar de forma eficaz. Envolve também ações educativas junto à comunidade, campanhas de conscientização, visitas técnicas, atividades de fiscalização ambiental e a realização de queimadas prescritas (uso de fogo controlado para queimar a vegetação seca, criando barreiras naturais que impeçam a propagação descontrolada das chamas).
2 – Fase de Combate: Período de maior risco de incêndios, marcado pelo aumento da seca e dos focos de calor. As equipes são posicionadas estrategicamente para garantir resposta rápida e efetiva.
3 – Fase de Desmobilização e Avaliativa: Etapa final da operação, dedicada à análise dos resultados alcançados e dos impactos ambientais e operacionais, com o objetivo de aprimorar as futuras edições da ação.
A seca de 2024
Prevenir e combater incêndio florestais são ações que o GDF vem adotando e reforçando a cada ano. Em 2024, entre as medidas adotadas, destaca-se a decretação de estado de emergência ambiental em abril, o que viabilizou a contratação de 150 brigadistas.
Em setembro do ano passado, auge do período seco, incêndios de grande proporção atingiram o DF, afetando, principalmente, o Parque Nacional de Brasília. O GDF respondeu com uma força-tarefa para investigar possíveis causas criminosas, mobilizou militares, suspendeu as férias dos bombeiros e autorizou escolas a interromperem as aulas devido à fumaça. O incêndio foi controlado em três dias e a Polícia Civil prendeu quatro suspeitos.
Na seca de 2024, dois mil servidores do GDF foram convocados para atuar no combate às queimadas. O próprio governador Ibaneis Rocha sobrevoou as áreas afetadas e participou de reuniões com o governo federal para alinhar estratégias de enfrentamento aos incêndios florestais. A parceria foi renovada para a Operação Verde Vivo 225.
