Percurso compreende 483 Km, que atravessam sete municípios goianos
17 fevereiro 2025
Redação AgroDF
A Trilha Caminho dos Veadeiros, em Goiás, passou a integrar oficialmente a “Rede Trilhas”, a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade. Portaria reconhecendo o percurso foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (17) pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
A portaria reconhece o Caminho dos Veadeiros como um importante corredor que conecta pontos de interesse do patrimônio cultural e natural brasileiro, promovendo conservação e geração de renda a partir do turismo sustentável.
A Trilha Caminho dos Veadeiros, com 483 quilômetros, está dentro do bioma Cerrado e atravessa sete municípios goianos, que têm como cenário a Serra Geral do Paranã, a 184 km de Brasília e 385 km de Goiânia.
Os municípios abrangidos pela trilha são: Formosa, Planaltina, Água Fria de Goiás, São João d’Aliança, Alto Paraíso de Goiás, Colinas do Sul e Cavalcante. Os quatro últimos municípios fazem parte da Chapada dos Veadeiros.
O percurso compreende trilhas para caminhada e duas rotas para cicloturismo. As duas rotas de bicicleta foram sinalizadas e já podem ser percorridas. Elas contam com pontos de apoio nos municípios. Os pontos estão mapeados e já podem ser consultados, segundo Samuel Schwaida, analista do MMA e voluntário do projeto Caminho dos Veadeiros.
A rota de caminhada ainda está em implementação, mas alguns trechos já foram liberados. O percurso inclui as áreas de proteção ambiental (APAs) do Planalto Central e do Pouso Alegre, além do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e diversas reservas particulares do patrimônio natural.
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Histórico da Trilha
O projeto para estruturar a trilha teve início em 2017. O trabalho foi desenvolvido pela Rede Trilha do MMA, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Turismo e voluntários, que defendiam que o percurso pudesse ser acessado de forma democrática por ciclistas e caminhantes.
Schwaida lembra que no escopo da proposta da criação de uma rede nacional foi estudada a implantação de grandes trilhas dentro do território brasileiro, entre as quais o Caminho dos Goyazes. A proposta evoluiu e, com a colaboração de voluntários e agentes públicos, foi formado um grupo de trabalho para desenhar o circuito.
Com o auxílio de imagens de satélites, foram feitos diversos estudos para se chegar ao mapa final da trilha. A principal orientação era que a trilha teria que passar pelo Parque Municipal do Itiquira, em Formosa, e pela região da Catarata dos Couros, que hoje é o Parque Estadual Águas do Paraíso, criado em setembro de 2020 pelo governador Ronaldo Caiado.
O percurso começou a ser sinalizado por pegadas amarelas, desenvolvida pela equipe do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros para marcar a trilha de longo curso dentro da unidade de conservação. O trecho já pode ser percorrido por trilheiros.
O mapeamento de infraestrutura de apoio e sinalização do percurso foi impulsionado em 2022 por meio dos projetos Global Environment Facility (GEF) para Áreas Privadas e para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção, GEF Áreas Privadas e GEF Pró-Espécies, instrumentos de conservação e redução de ameaças às espécies consideradas de criticamente em perigo (CR).
Em 2023 foi criada a Associação Caminho dos Veadeiros (ACV), instituição responsável pelo diálogo com os órgãos públicos e comunidades, gestão e divulgação das informações relativas ao caminho e pelo manejo da trilha.
Cuidados ambientais
Todo o percurso, trechos para caminhada, mapa e pontos de apoio estão disponíveis nas redes sociais da associação, que traz também recomendações sobre quilometragem diária, atrativos encontrados e orientações sobre alimentação e pernoite.
“A gente tem esse cuidado de orientar também os usuários com relação ao mínimo impacto, ao respeito com o meio ambiente e ao cuidado nas pequenas propriedades”, ressalta Schwaida. “Então, a própria trilha foi planejada para evitar alguns problemas e como uma forma de gerar renda para as pessoas que vivem ali e também de gerar um manejo adequado, por exemplo, dos resíduos, sem causar impacto ambiental”.