Pesquisa busca mostra que rebanho do DF e de 13 estados é saudável sem vacinação
20 Fevereiro 2024
Redação AgroDF
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) começa a realizar, nesta semana, estudo soroepidemiológico para mostrar ao mundo que o Brasil tem uma zona rural livre de febre aftosa sem precisar de vacinação do rebanho bovino. O objetivo é obter a certificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) sobre a qualidade do rebanho sem a vacina e, com isso, aumentar as exportações e conquistar novos mercados para a carne bovina brasileira.
O estudo será realizado simultaneamente no Distrito Federal e em 13 estados: Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe, Maranhão, Pará, Amapá e Roraima. Apenas a região Sul não foi incluída no estudo.
Com a comprovação da ausência de circulação do vírus e a partir do reconhecimento pela OMSA, previsto para 2025, os estados participantes ficam aptos a exportar para países que exigem a certificação para comercialização de produtos de origem animal, especialmente da bovinocultura de corte.
“A execução desse estudo é condição obrigatória para os estados que farão parte do pleito do Mapa à OMSA solicitando o reconhecimento de zona livre de febre aftosa sem vacinação”, esclareceu hoje (20) o presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), José Ricardo Caixeta Ramos. “A intenção é comprovar que não há vírus circulante nesses estados”.
Segundo Ramos, em Goiás devem ser visitadas 123 propriedades rurais em 102 municípios de todas as regiões do estado. A meta é examinar, de forma aleatória, 2.800 animais de seis a 24 meses de idade.
Os produtores das propriedades selecionadas serão notificados previamente para que recebam os fiscais da Agrodefesa. As coletas serão feitas por médicos veterinários credenciados. O material coletado será depois encaminhado para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Mapa, em Belém (PA), que emitirá o laudo final.
Retirada da vacinação
A elevação ao status de zona livre de febre aftosa sem vacinação é uma das exigências para que países, como o Japão, possam importar carne bovina do Brasil. A retirada da vacinação obrigatória contra a febre aftosa foi iniciada em 2023, no âmbito do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa (PE/PNEFA). A suspensão foi possível após uma série de ações sanitárias desenvolvidas pelo Mapa, em conjunto com os estados.
Atualmente, a bovinocultura brasileira já atende aos mais altos graus de exigência de grandes mercados consumidores, a exemplo da União Europeia. “Reconhecendo esse status, como é a proposta do Mapa, poderemos alcançar ainda mais consumidores, oferecendo um produto da mais alta qualidade e segurança”, destacou o presidente da Agrodefesa.
O exemplo de Goiás
Goiás é um dos estados que vêm cumprindo as exigências do Ministério da Agricultura em relação à vacinação. Com isso, no ano passado o estado deixou de aplicar vacina contra a febre aftosa, segundo o coordenador de Epidemiologia e Emergências Sanitárias da Gerência de Sanidade Animal da Agrodefesa, Wladimir Moraes.
“Foi um trabalho desenvolvido ao longo dos anos entre a Agrodefesa e os produtores rurais para manter a sanidade do nosso rebanho em dia”, lembrou. “Sem registro da doença e cumprindo às orientações do PNEFA, partimos para a retirada da obrigação da vacina, mas com todo o cuidado com o rebanho goiano, acompanhando e monitorando para que a doença continue inexistente no Estado”.