SECAS AMEAÇAM O PANTANAL

Há cada ano, as áreas alagadas do Pantanal estão sendo reduzidas, favorecendo as queimadas - Foto: Divulgação

Estudo revela que as áreas alagadas estão diminuindo, o que favorece incêndios florestais no bioma

13 novembro 2024
Redação AgroDF

As áreas alagadas do Pantanal veem diminuindo nas últimas décadas, segundo pesquisa do MapBiomas divulgada nesta terça-feira (12). O motivo seria a redução dos períodos de cheias, que estão cada vez menores, e o aumento das secas, que estão sendo mais prolongadas. O resultado desse fenômeno é um clima mais favorável a ocorrência de incêndios mais frequentes e intensos no Pantanal, localizado nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

A divulgação do estudo aconteceu na data em que se comemora o Dia Nacional do Pantanal. Segundo os ambientalistas, não há motivos para comemorações e, sim, para lamentações. “Com 3,3 milhões de hectares de área alagada, o ano passado foi 38% mais seco que 2018, quando ocorreu a última grande cheia do bioma, que cobriu 5,4 milhões de hectares”, diz o estudo do MapBiomas. Essa extensão, no entanto, já era 22% mais seca que a de 1988 (primeira grande cheia da série histórica do MapBiomas), segundo a instituição.

O avanço das queimadas

Essa mudança no padrão de cheias e secas tem efeitos sobre a incidência de queimadas no bioma. Segundo o estudo, entre 1985 e 1990 às áreas atingidas por queimadas correspondiam a áreas naturais em processo de conversão e consolidação de pastagem. Após o período da última grande cheia analisada, em 2018, houve recorrência de incêndios no entorno do Rio Paraguai.

“De 2019 a 2023, o fogo tem atingido locais que no início da série de mapeamento, de 1985 a 1990, eram permanentemente alagados, mas que agora estão passando por períodos prolongados de seca. O total queimado de 2019 a 2023 foi de 5,8 milhões de hectares e a região mais atingida foi justamente essas áreas que antes eram permanentemente alagadas no entorno do Rio Paraguai”, diz o estudo.

O aumento no número de queimadas também foi constatado este ano por dados da plataforma BDQueimadas, disponível no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em junho, o Inpe apontou que os focos de incêndio no Pantanal aumentaram mais de 1.000% no primeiro semestre deste ano em relação a 2023.

O satélite do Inpe detectou 978 focos desde primeiro dia do ano até 5 de junho. No mesmo período do ano passado, foram 95. Este ano, Mato Grosso do Sul registrou 521 pontos de incêndio e Mato Grosso, 457.

Com informações da Agência Brasil
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