PLANO PARA SALVAR BIOMAS

Já estão destinados R$ 1 bilhão para as ações de recuperação de florestas nativas - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Meta brasileira é recuperar 12 milhões de hectares de florestas nativas até 2030

12 dezembro 2024
Redação AgroDF

 O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) lançou nesta terça-feira (10) o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), que tem como meta recuperar 12 milhões de hectares em todo o país até 2030, conforme o Acordo de Paris, assinado pelo Brasil em 2015 durante a COP21.

A solenidade foi realizada na Floresta Nacional de Brasília, a primeira unidade de conservação do Brasil que dispõe de um Plano de Restauração Ecológica. A Flona, depois de sofrer grande incêndio em setembro, está sendo recuperada com a ajuda de voluntários.

Para executar as ações do Planaveg, o MMA e o BNDES anunciaram a destinação de R$ 1 bilhão, por meio de dois fundos: R$ 450 milhões do Fundo Amazônia e R$ 550 milhões como financiamento reembolsável oriundos do Fundo Clima.

Na semana passada, foram lançados os três primeiros editais de chamada pública para a iniciativa Restaura Amazônia, que integra o Planaveg. O objetivo é selecionar projetos de restauração em do bioma em sete estados: Acre, Amazonas, Rondônia, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins,

Com as ações, o governo pretende transformar o “Arco do Desmatamento”, como é conhecida a região que vai do leste do Maranhão ao Acre, passando pelo sul do Pará, Mato Grosso e Rondônia, no “Arco da Restauração”.

O que é o Planaveg

O Planaveg foi criado inicialmente por meio da Portaria Interministerial nº 230, de 14 de novembro de 2017. Em 2023, iniciou-se o processo de revisão e atualização do documento, no âmbito da Comissão Nacional para Recuperação da Vegetação Nativa (Conaveg).

Esse processo foi respaldado por um forte movimento participativo, que resultou na retomada da governança público-privada e federativa em torno da meta de 12 milhões de hectares. Como resultado, foi aprovada a Resolução Conaveg nº 4, de 25 de novembro de 2024, que estabeleceu o novo marco estratégico do Plano para o período de 2025-2028.

O Planaveg 2025-2028 foi apresentado em outubro na COP16 da Biodiversidade, em Cali (Colômbia), em outubro. É o principal instrumento para a implementação da Política Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Proveg).

A nova versão combina quatro estratégias transversais: fortalecer a cadeia produtiva da recuperação da vegetação nativa; atrair investimentos públicos e privados; consolidar uma inteligência espacial e um sistema de monitoramento que qualifiquem os processos de tomada de decisão; e fortalecer a pesquisa e a inovação, visando ações em escala e na integração de saberes tradicionais e científicos.

Nessa linha, as ações do Plano concentram-se na restauração da vegetação em áreas de preservação permanente, reserva legal e uso restrito; áreas rurais de baixa produtividade, a partir do fomento a sistemas integrados de produção, como sistemas agroflorestais, integração lavoura-pecuária-floresta e silvicultura de nativas; e áreas públicas, incluindo Unidades de Conservação, Territórios Indígenas e outros territórios coletivos.

Floresta de Brasília

A escolha da Floresta Nacional de Brasília como palco para o lançamento do plano tem motivo simbólico. A Flona sofreu, em setembro, o pior incêndio dos últimos dez anos. Foram destruídos 2.176 hectares de mata, o equivalente a quase 40% de toda a área da unidade, localizada a 23 km do centro de Brasília.

Apesar da gravidade, o fogo foi controlado em poucos dias e, atualmente, a área atingida pelas chamas está sendo recuperada com a ajuda de centenas de voluntários, em uma espécie de “mutirão da vida”, como definiu o chefe da Flona, Fábio Miranda.

Segundo ele, além de apoiar as ações de recuperação da vegetação e da estrutura física da floresta nacional, os voluntários continuam realizando o resgate e a alimentação da fauna, bem como a doação de sementes e mudas.

“Isso é um bom exemplo, na prática, do que é o Planaveg”, apontou Rita Mesquita, secretária nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do MMA. “A restauração da vegetação nativa da Flona está sendo feita com a ajuda das pessoas. A participação da sociedade é uma das marcas do Plano”.

Além da secretária e do chefe da Flona, participaram da solenidade a diretora do Departamento de Florestas do MMA, Fabíola Zerbini, e o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires, responsável pela gestão das UCs federais.

Com informações do MMA
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