Governo Federal e Mato Grosso do Sul se unem para combater incêndios no bioma
Redação AgroDF
28 março 2025
O programa Pacto Pantanal, voltado para implementar ações de prevenção e combate a incêndios no Mato Grosso do Sul, foi lançado nesta quarta-feira (27) em Campo Grande. Pelo programa, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) vai apoiar as ações do governo estadual com investimentos em infraestrutura, combate a incêndios criminosos, educação ambiental e ajuda às comunidades afetadas pelas queimadas.
O pacto foi assinado pelo ministro substituto do MMA, João Paulo Capobianco, e pelo governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel. “O governo federal está presente, com estrutura, inteligência e coordenação para contribuir de forma efetiva e somar ao esforço que o Mato Grosso do Sul vem conduzindo”, afirmou o ministro. “O Pantanal é uma das maiores riquezas do Brasil e precisa de cooperação para sua preservação”.
O governador Eduardo Riedel ressaltou que “o Mato Grosso do Sul assumiu essa responsabilidade pois toda a sociedade tem interesse nos assuntos relacionados ao Pantanal. Podemos construir uma história de êxito ao Pantanal e aos pantaneiros. A gente tem que zelar pelo ativo que é nosso e deixar de lado as discussões infrutíferas”, disse Riedel.
Medidas já adotadas
O programa engloba algumas medidas que já estão sendo aplicadas para proteger o bioma. Uma das medidas é a Portaria de Emergência Ambiental, que declara estado de emergência em áreas com risco crítico de incêndios, como o Pantanal. A portaria permite a antecipação de ações preventivas, como a contratação emergencial de brigadistas e a liberação de recursos extraordinários, com base em dados climáticos e de monitoramento.
Outra ação medida é a criação da Sala de Situação para incêndios no Pantanal, coordenada pela Casa Civil do Governo Lula e com a participação do Prevfogo (Ibama) e do Instituto Chico Mendes, além do Exército, Aeronáutica, Marinha, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e a Força Nacional.
Pantanal ameaçado
O Pantanal é, proporcionalmente, o bioma mais preservado do país, com cerca de 85% da vegetação original ainda existente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O bioma, porém, está sob ameaça crescente devido ao desmatamento e aos eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, como secas intensas e prolongadas e aumento dos incêndios.
“O que temos preservado no Pantanal exige atenção redobrada, planejamento e ação coordenada para resistir às pressões do clima e do uso do solo”, reforçou Capobianco.
Para proteger o bioma, em 2023 foi elaborado o primeiro plano de prevenção e combate aos incêndios no Pantanal, atualizado em 2024 e sendo aprimorado em 2025. As operações conjuntas realizadas em 2024 conseguiram reduzir as queimadas em 50% em relação a 2020. Ainda assim, segundo o MMA, foi queimada uma extensa área de 21,8 mil km², o equivalente ao tamanho do Estado de Sergipe – 21, 9 km².
COP15 em Campo Grande
No lançamento do Pacto Pantanal, foi comemorada a escolha de Campo Grande como sede da COP15 da Convenção sobre Espécies Migratórias (CMS), que acontecerá em março de 2026. Será a primeira vez que a conferência ocorre na América Latina desde 2014. A capital sul-mato-grossense foi escolhida por sua posição estratégica e pelo protagonismo ambiental na conservação do Pantanal.