Gatumé será a terceira área de preservação ambiental a ser cercada pela Novacap
Redação AgroDF
31 março 2025
O Governo do Distrito Federal está implantando um projeto que objetiva cercar todos os parques urbanos que ainda não estão protegidos por grades metálicas. Por estarem desprotegidas, essas áreas estão servindo para descarte irregular de lixo e sendo alvo de invasões, pondo em risco a fauna e a flora do Cerrado.
Dentro desse projeto, já foram cercados o Parque do Setor O, em Ceilândia, e o Parque do Sol Nascente. O próximo será o Parque Gatumé, um refúgio de vida silvestre em Samambaia. O Gatumé entrou na listra de prioridade depois que foram retiradas 400 toneladas de lixo do parque.
O projeto está sendo executado pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). A empresas informou que no cercamento dos parques foram utilizados materiais resistentes, com grandes travadas com concreto, o que dificultaria a invasão dessas áreas.
“Estamos utilizando um material muito superior aos gradis anteriores”, afirmou o diretor de Cidades da Novacap, Raimundo de Oliveira Silva. “Os resultados já podem ser vistos nos parques que receberam essa estrutura. Com isso, impedimos que o local continue sendo alvo para descarte de entulho”.
O diretor não informou quando começam as obras do Gatumé e os custos do projeto. Adiantou que, atualmente, a Novacap está iniciando os estudos topográficos para definir a área exata a ser cercada.
Unidades de conservação
O Distrito Federal conta com 90 unidades de conservação (UCs), sendo 86 administradas pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e quatro geridas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
As UCs ocupam 88% dos 5.760.784 km² que formam o território do DF. Ou seja, mais de 5 mil km² são áreas de conservação ambiental, segundo dados do Instituto Cerrados.
Do total do território protegido, apenas 11% (557,6 km²) são considerados áreas de preservação integral. As demais unidades são áreas de uso sustentável, o que permite flexibilidade na ocupação e uso.
Em 2019, auditoria do Tribunal de Contas do Distrito Federal apontou que 75% das áreas de proteção e preservação ambiental do DF não estavam demarcadas, o que contribuiria para as ocupações irregulares.