Alta da produção rural do DF é puxada pela pecuária, frutas e flores
Edição AgroDF
7 julho 2025
A produção agrícola do Distrito Federal movimentou mais de R$ 5,8 bilhões em 2024. Três setores puxaram esse resultado: pecuária, com R$ 2,19 bilhões gerados (alta de 4,54% em relação a 2023); fruticultura, com R$ 274 milhões (18,43%) e floricultura, R$ 265 milhões (29,39%). Além desses, outros três setores tiveram bom desempenho: hortaliças, grãos (soja e milho) e produtos florestais.
Os números estão no relatório anual sobre o Valor Bruto de Produção (VBP) divulgado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), que avalia o resultado bastante satisfatório diante da área cultivada: 204 mil hectares. Essa área é considerada pequena em relação ao tamanho agricultável das demais unidades da federação, que dispõem de maiores territórios para as atividades agropecuárias.
Para a Emater, produzir mais em área menor deve-se ao incentivo, à diversificação das culturas, à implantação de novas tecnologias, à assistência técnica e às linhas de crédito aos produtores rurais do Distrito Federal. “O DF continua sendo um expoente da agropecuária nacional”, avalia o presidente da Emater-DF, Cleison Duval.
A agroindustrialização da produção do DF, segundo Duval, também está avançando graças ao incentivo ao desenvolvimento de cadeias produtivas. “Fizemos isso com a Rota da Uva e do Vinho”, exemplifica Duval. “Agora estamos trabalhando com a Rota do Queijo, valorizando a cadeia do queijo artesanal do DF. E vamos continuar avançando.”
Compras e crédito
Outro fator determinante para o crescimento da agropecuária no DF são as linhas de crédito rural e as compras governamentais. Os alimentos são adquiridos de associações e cooperativas agrícolas por meio por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e do Programa de Aquisição da Produção da Agricultura do DF (Papa). Produtores individuais também podem aderir ao PAA, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social.
O engenheiro agrônomo da Emater-DF, Fernando Landim, explica os incentivos aos produtores: “Trazemos para eles as diversas linhas de crédito que estão disponíveis para que possam ter auxílio no desenvolvimento das plantações. Os programas de compra, que são fundamentais para a comercialização da produção porque pagam um preço justo aos agricultores. Ajudamos desde a inscrição dos produtores nos programas ao tratamento dos produtos, com a forma de seleção e entrega mais adequada, e a documentação para o processo.”
Flores em alta
A floricultura foi o setor que mais cresceu em 2024 entre todos os segmentos rurais. Em 2023, o setor movimentou R$ 205 milhões, chegando a R$ 264 milhões em 2024 (alta de 29,39%). Puxaram o resultado o comércio de flores, plantas ornamentais e arranjos florais, com destaque para as forrações, palmeiras e plantas de vaso em geral.
Entre os motivos para o bom desempenho da floricultura estão a realização constante de eventos institucionais, o que eleva a procura por flores e arranjos florais; a arborização de espaços públicos, cuja demanda é parcialmente atendida pela Novacap; e a ornamentação de jardins residenciais.
Abacate e goiaba
A fruticultura teve o segundo melhor desempenho em crescimento. Passou de R$ 233 milhões em 2023 para R$ 274 milhões em 2024 – alta de 18,43%. O destaque é para o abacate comum, com 6,6 mil toneladas produzidas e R$ 65,3 milhões gerados. Mas a goiaba foi a fruta mais produzida em 2024: 7.060 em 396 hectares, gerando 30,3 milhões.
Duval explica os motivos do bom desempenho do setor: “Na fruticultura, houve um aumento gradativo da área plantada com frutas no DF, com o abacate, goiaba, banana, açaí, mirtilo, pitaia, entre outros. São frutas que antes não eram muito difundidas entre os produtores rurais, mas que a Emater, no seu trabalho de avaliação de mercado, indicou aos agricultores para que pudessem plantar para obter uma renda melhor para ele e sua família.”
O plantio de frutas no DF tem sido estimulado pelo projeto Rota da Fruticultura, que objetiva expandir a produção dos alimentos, para gerar emprego e renda no campo por meio da diversificação e da implantação de novas culturas. O projeto é desenvolvido em parceria entre a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF), a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Emater-DF.
Pecuária lidera
O setor pecuário apresentou menor crescimento em 2024 em relação à floricultura e à fruticultura, com alta de 4,54%. Mas foi o segmento que teve maior valor de produção, movimentando R$ 2,19 bilhões, o equivalente a um terço do total bruto obtido pela zona rural do DF. Nessa cadeia, a suinocultura e a avicultura (produção de ovos férteis) se destacam, respondendo por R$ 1,6 bilhão.
