BRASIL VENDE MAIS DO QUE COMPRA

A exportação de animais vivos, mesmo enfrentando críticas, cresceu 737,7% - Foto/Divulgação

Puxadas pela agropecuária, exportações em setembro cresceram 8,7% e somaram US$ 22,19 bilhões

25 Setembro 2023
Redação AgroDF

O Brasil vendeu mais do que comprou nas quatro primeiras semanas de setembro de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. As exportações cresceram 8,7% e somaram US$ 22,19 bilhões. As importações caíram 15,7% e totalizaram US$ 14,98 bilhões. Assim, a balança comercial registrou superávit de US$ 7,21 bilhões, com crescimento de 173,2%, enquanto a corrente de comércio (soma entre exportações e importações) diminuiu 2,7%, alcançando US$ 37,18 bilhões.

O setor que puxou as exportações foi a agropecuária. O segmento cresceu 25,2% em volume de produtos exportados em relação ao mesmo período de 2022, gerando US$ 67,39 milhões, segundo divulgou hoje (25) a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

No acumulado entre janeiro até a quarta semana de setembro de 2023, as exportações cresceram 0,6% e somaram US$ 246,77 bilhões em relação ao mesmo período de 2022. Já as importações caíram 11,1% e totalizaram US$ 177,16 bilhões.

Como consequência destes resultados, a balança comercial brasileira apresentou superávit de US$ 69,61 bilhões, com crescimento de 51,6%. Já a corrente de comércio registrou queda de 4,6%, atingindo US$ 423,93 bilhões.

Desempenho dos setores

Relatório da Secex informa que nas quatro primeiras semanas de setembro deste ano, setores da economia tiveram o seguinte desempenho na balança comercial: a agropecuária cresceu 25,2% com vendas de US$ 5,03 bilhões; e a indústria extrativista teve crescimento de 17,2%, exportando US$ 5,62 bilhões. Houve queda de 0,8% nas exportações da indústria de transformação, que alcançou US$ 11,37 bilhões. A combinação destes resultados levou ao aumento do total das exportações, segundo a Secex.

A expansão das exportações foi puxada, principalmente, pelo crescimento nas vendas dos seguintes setores e produtos:

Agropecuária: animais vivos, não incluído pescados ou crustáceos (737,7%); soja (38,8%) e milho não moído, exceto milho doce (18,8%).

Indústria Extrativa: Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus (27,5%); minérios de cobre e seus concentrados (24,2%) e minério de ferro e seus concentrados (3,1%).

Indústria de Transformação: bombas, centrífugas, compressores de ar, ventiladores, exaustores, aparelhos de filtrar ou depurar e suas partes (177,4%); açúcares e melaços (38,0%) e produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (29,5%).

Apesar do crescimento das exportações do setor agropecuário, alguns produtos registraram redução nas vendas. É o caso do arroz com casca, paddy ou em bruto (queda de 39,3%), da madeira bruta (queda de 28,7%) e do café não torrado (queda de 1,9%). Na indústria de transformação, caíram 43,6% as exportações de gorduras e óleos vegetais (“soft”, bruto, refinado ou fracionado) e 17,4% as vendas de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada.

Animais vivos

A exportação de animais vivos para abate é condena por instituições que defendem os direitos dos animais.  Entre elas está a Mercy For Animals (MFA), uma das maiores ONGs do mundo dedicada ao fim da exploração animal.

Para essas instituições, a maioria dos animais é transportada em navios não adaptados, sem água, sem comida e em condições que favorecem a proliferação de doenças. Pelo fim desse comércio, 14 de junho foi instituído em 2016 como o Dia Internacional de Conscientização sobre a Proibição da Exportação de Animais Vivos.

Desde 2021, tramita no Congresso Nacional o projeto de lei nº 3093/21, apresentado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, que proíbe a exportação de animais vivos para abate no exterior. Desde o dia 11 de novembro de 2022, o projeto aguarda aprovação de requerimento para ser incluído na ordem do dia do Senado.

Com informações da Secex/MDIC/Agência Senado.
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