AS ARMAS CONTRA A SECA NO DF

Vale esta: O pivô central consegue irrigar mais de 5 mil hectares na região do PAD-DF . Foto: Agência Brasília

Pivô central de irrigação e conscientização dos agricultores ajudam a garantir água na região do PAD-DF   

 07 outubro 2024
Redação AgroDF

 Um sistema de pivô central para irrigar grandes áreas de plantio e a conscientização sobre o uso racional de água na lavoura. São essas as duas principais armas que o Governo do Distrito Federal vem usando para manter a estabilidade hídrica no campo e, assim, assim enfrentar longos períodos de estiagem, como a atual seca que já dura 166 dias – a mais prolongada de toda a história de Brasília.

Há cinco anos essas armas estão sendo usadas com maior frequência e alcance na região atendida pelo Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF), polo agroindustrial referência no uso de tecnologias de irrigação da capital. O trabalho é coordenado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), que monitora a área desde 2016, quando Brasília enfrentou a maior crise de sua história, passando, inclusive, por racionamento de água.

Com a crise, a Emater buscou implantar tecnologias que ajudassem os produtores rurais a não ficar sem água nos meses de seca. Assim, o polo agroindustrial passou a ser a região mais irrigada do DF. Hoje, conta com um sistema de pivô central que garante a irrigação de grandes áreas agrícolas. A técnica maximiza a produção rural, contribui para a sustentabilidade ambiental e ajuda no desenvolvimento econômico do DF, segundo a Emater.

Ao mesmo tempo, a empresa estatal desenvolve ações de conscientização dos produtores rurais da região, ensinando-lhes a não desperdiçar água e a adotar práticas e tecnologias que possibilitem estabilidade hídrica, o que inclui a conservação das nascentes, como as bacias hidrográficas do Rio Preto e do Rio Jardim, principais mananciais que abastecem o PAD-DF.

Água durante a seca

A metodologia de trabalho desenvolvida pela Emater na região inclui a monitorização regular da disponibilidade de água na área. Além disso, são dadas orientações aos produtores rurais sobre como utilizar o recurso de forma eficiente. “Essa técnica tem dado tão certo que, neste ano, apesar da seca histórica, não foi registrada falta de água na região”, afirma Fausto Veiga Alvarenga, extensionista da Emater-DF.

“Os grandes produtores, principalmente os irrigantes, tiveram que se adaptar à crise hídrica”, enfatiza Alvarenga. “Desde então vem sendo feito esse planejamento para que a água não falte, para que todos possam irrigar seus plantios”.

O sucesso da tecnologia está na irrigação de forma escalonada das áreas agrícolas, o que é feito por meio de rodízio entre as propriedades rurais. Assim, o pivô central consegue levar água para mais de 5 mil hectares de terras na região.

A família Kruger é uma das produtoras rurais que adotaram a técnica. Desde 2018, o sistema ajuda a irrigar os mais de 600 hectares de terras dos Kruger, que plantam trigo, soja e feijão. “O principal diferencial é que esse manejo da água traz segurança”, relata Anna Carolina Kruger.

“Com esse sistema, conseguimos aumentar a nossa produção e a rentabilidade da área, além de possibilitar que a gente faça mais de uma safra de maneira bastante segura”, ressalta a agricultora. “Chegamos a sofrer com problemas de falta de água, mas hoje, com essa técnica de manejo, conseguimos ter mais controle, sendo essencial para enfrentar os desafios da mudança climática e das crises hídricas.”

Com informações da Emater-DF/Agência Brasília
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