Pesquisa aponta os segmentos que geraram mais vagas entre 2020 e 2024
14 fevereiro 2024
ABNOR GONDIM
Especial para o AgroDF
O setor de ” Alojamento e Alimentação” teve o maior aumento percentual de empregos, com um crescimento de 48,13% entre o terceiro trimestre de 2020 e o final de 2024. É o que aponta o estudo sobre Mercado e Produtividade realizado pela Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse).
No entanto, apesar do índice de 6,2% de desemprego em 2024 ter sido o menor índice desde 2012, segundo o IBGE, a produtividade por hora trabalhada caiu 7,4%. E o único setor econômico com crescimento expressivo em termos de produtividade foi a agropecuária, com um aumento de 12,7%.
Os dados sobre a recuperação do agronegócio pós-pandemia ilustram o levantamento obtido com exclusividade para o portal AgroDF. No entanto, o estudo alerta que a expansão do emprego não veio acompanhada por um aumento na produtividade, o que pode representar riscos para a economia.
“Entre 2020 e 2024, o número de empregos cresceu 24,4%, com destaque para os setores de alojamento e alimentação (48,1%) e comércio (24,9%)”, afirma o estudo. Mas, apesar desse avanço, a produtividade por hora trabalhada caiu 7,4% no período.
Segundo a pesquisa, a recuperação do emprego, que começou em 2022 com o crescimento econômico pós-pandemia, reduziu significativamente os níveis de desocupação, que chegaram a 14,9% em 2020 e 2021.
Ameaça de PIB menor
O setor de serviços, responsável por grande parte dos postos de trabalho, registrou uma queda de 9,1% na eficiência dos trabalhadores. Na indústria, a retração foi de 8,3%.
“Essa discrepância entre o crescimento do emprego e a produtividade preocupa especialistas, pois pode levar a um aumento dos custos salariais sem uma contrapartida equivalente na produção. Esse cenário pode pressionar a inflação, reduzir o crescimento do PIB e, eventualmente, resultar em um novo ciclo de desemprego”, afirmou o presidente da Cebrasse, João Diniz.
Segundo o estudo, conforme a oferta de trabalhadores é reduzida, há pressão sobre os salários e, quando a capacidade de produção dessa mão de obra não aumenta de forma a compensar as remunerações maiores, o resultado é o aumento da inflação, menor crescimento do PIB e desemprego.
Eficiência produtiva
Para evitar esse descompasso, o estudo sugere que tanto o setor público quanto o privado invistam em educação, inovação e otimização de processos.
Medidas como qualificação profissional, digitalização de serviços e desburocratização podem ser fundamentais para garantir que o crescimento do emprego venha acompanhado de ganhos na eficiência produtiva.
De acordo com a pesquisa, o Brasil vive um momento decisivo: ou encontra formas de aumentar sua produtividade ou enfrentará os desafios de uma economia com baixo crescimento e inflação elevada.