BRASIL À BEIRA DO TARIFAÇO

As exportações brasileiras serão seriamente afetadas pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos - Foto: ANI

Crescem os temores sobre os impactos negativos no agronegócio brasileiro

Redação AgroDF
23 julho 2025

Cresce a expectativa do Brasil diante da entrada em vigor, a parir de 1º de agosto, do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros determinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Diversos setores serão prejudicados, especialmente o agronegócio, que sofrerá impactos negativos na exportação de produtos como suco de laranja, café, carne bovina e frutas frescas para o mercado norte-americano.

A equipe econômica do governo brasileiro busca alternativas para enfrentar o tarifaço. Entre elas, a adoção de um plano de contingência para socorrer, financeira e comercialmente, os setores que serão mais afetados pela decisão de Trump. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda nesta semana deverá detalhar o plano ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Enquanto o Brasil continua buscando uma saída diplomática e mantém aberta a porta de negociações, analistas avaliam a situação dos principais setores a serem afetados pelo tarifaço. Eis o atual cenário e os impactos sobre eles.

Produtos agropecuários

  • Suco de laranja:

Os Estados Unidos são um grande comprador de suco de laranja brasileiro. A sobretaxa pode levar a uma queda significativa nas exportações, especialmente do suco resfriado, produto com grande participação no mercado americano.

  • Café:

O café verde brasileiro também poderá ser afetado, com a possibilidade de redução das exportações para os EUA.

  • Carne bovina:

A carne bovina industrializada é outro setor que pode sofrer com a sobretaxa, especialmente a carne processada.

  • Frutas frescas:

As frutas frescas, como um todo, também poderão ser impactadas, embora o grau de impacto possa variar.

  • Outros produtos:

Etanol, diversos tipos de carne e outros produtos agrícolas têm grande participação no mercado americano, e serão igualmente impactados. O tarifaço ameaça reduzir a produção, fechar atividades e gerar desemprego.

 Avaliação do cenário

Diversas instituições empresariais avaliaram o cenário que se desenha com o tarifaço. Veja.

  • CNA:

Na avaliação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o impacto da taxação é “crítico” e “alto” para diversos produtos agrícolas brasileiros.

  • ABIEC:

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) alerta que a sobretaxa pode inviabilizar a venda de carne brasileira para os Estados Unidos.

  • AEB:

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) considera a medida uma retaliação política com impacto econômico. Sem citar nomes, faz referência indireta à crise envolvendo o judiciário brasileiro e o clã Bolsonaro.

  • Governo:

O governo brasileiro, por meio da Apex e de alguns ministérios, está buscando alternativas para ajudar os produtores a escoar seus produtos para outros mercados.

Consequências:

  • Impacto na economia:

A agropecuária é um setor importante e vital para a economia brasileira. O tarifaço tende a afetar o crescimento do PIB.

  • Perdas de empregos:

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estima que o tarifaço pode levar à perda de até 40 mil empregos na agropecuária. Outras instituições avaliam que 110 mil empregos serão afetados.

  • Desequilíbrio no mercado interno:

A redução das exportações pode gerar um aumento da oferta no mercado interno, o que pode levar a uma queda nos preços de alguns produtos.

Alternativas:

  • Canal diplomático:

A CNA defende o uso de instrumentos de proteção para medidas retaliatórias, mas sugere que eles sejam utilizados apenas após o esgotamento dos canais diplomáticos.

  • Diversificação de mercados:

A busca por novos mercados para os produtos brasileiros é uma estratégia importante para reduzir a dependência do mercado americano, mas pode levar tempo e exigir investimentos.

  • O governo brasileiro estuda adotar um plano de contingência para socorrer os setores a serem mais afetados. Modelo semelhante foi adotado durante a pandemia, quando o governo adotou medidas para salvar a economia.
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