Com a redução das queimadas na Amazônia em 2023, emissão de gás caiu 12%
8 outubro de 2024
Redação AgroDF
O Observatório do Clima divulgou nesta quinta-feira (7) que o Brasil reduziu em 12% as emissões de gases do efeito estufa em 2023 em relação a 2022. No ano passado, o país emitiu 2,3 bilhões de toneladas do chamado gás carbônico equivalente, enquanto que, no ano anterior, foram emitidas 2,6 bilhões de toneladas.
Essa é a maior queda percentual nas emissões desde 2009, quando o país registrou a menor emissão da série histórica iniciada em 1990, quando foram emitidos 1,77 bilhão de toneladas desse tipo de gás, segundo a instituição.
O Observatório atribui o resultado à queda no desmatamento na Amazônia. Na região, as emissões por desmatamento da floresta tropical diminuíram 37%, caindo de 1,074 bilhão de toneladas de gás carbônico para 687 milhões de toneladas.
A redução da poluição é uma boa notícia para o país, conforme avalia o coordenador do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório, David Tsai. Mas ele adverte que essa redução evidencia a dependência do que ocorre na Amazônia, em especial para o país atingir a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês).
Isso porque, apesar da desaceleração das queimadas na Amazônia em 2023, a devastação em outros biomas continuou alta. Segundo dados SEEG, em 2023 os demais biomas (Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, Pampa e Caatinga) emitiram, juntos, 1,04 toneladas brutas de gás de efeito estufa.
As novas NDCs precisam ser apresentadas até fevereiro de 2025 e devem estar alinhadas com o primeiro Balanço Global do Acordo de Paris (GST, na sigla em inglês), encerrado em 2023 na COP28, em Dubai.
SAIBA MAIS
O Observatório do Clima é uma rede de entidades ambientalistas da sociedade civil brasileira, formada com o objetivo de discutir o problema do aquecimento global especificamente no contexto do Brasil. A instituição foi criada em março de 2002 na Fundação Getúlio Vargas, reunindo 26 organizações. O Observatório Conta com a colaboração de muitos especialistas científicos e tem se destacado no cenário nacional pela sua intensa atividade no campo dos debates sobre o aquecimento global, publicando estudos, divulgando conhecimento, promovendo encontros e seminários, exercendo pressão política para a adoção de um modelo sustentável e convocando a sociedade à ação.