Aumento do consumo de alimentos mais saudáveis impulsiona a agroecologia, que movimentou R$ 142 milhões em 2023
10 Junho 2024
Redação AgroDF
Os produtores de alimentos orgânicos do Distrito Federal estão produzindo mais para atender os consumidores que, cada vez mais, optam por comidas mais saudáveis. Reflexo dessa mudança está na safra de 2023, quando a produção de orgânicos movimentou mais de R$ 142 milhões, segundo o relatório Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) divulgado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF). No geral, o agronegócio do DF movimentou R$ 6 bilhões em 2023.
Um dos pilares da agricultura orgânica tem sido a fruticultura, que movimentou mais de R$ 17 milhões em 2023. Em 2022, o segmento gerou R$ 11 milhões, bem superior a 2021, quando a produção de frutas orgânicas chegou a R$ 6 milhões.
A floricultura orgânica também vem tendo bom desempenho. Em 2022, foram produzidos 13.500 vasos, com valor bruto avaliado em R$ 172 mil. Já no ano passado, a produção subiu para 31.965 vasos, com movimento de mais de R$ 253 mil.
Fatores que aumentam consumo
A pandemia do coronavírus foi um dos fatores que teriam impulsionado o aumento do consumo de produtos orgânicos e, consequentemente, do crescimento do cultivo desse tipo de alimento, conforme avaliação da Emater.
“Depois da covid-19, as pessoas começaram a repensar o que é importante, incluindo a alimentação”, analisa Daniel Rodrigues, gerente de Agroecologia e Produção Orgânica da Emater. “Geralmente a pessoa que vai atrás de um produto orgânico tende a comer alimentos mais frescos e ter hábitos de vida mais saudáveis. Então, ela começa a considerar isso não como um gasto, mas como um investimento na saúde”.
Outro fator que tem impulsionado a agroecologia são os programas mantidos pelo Governo do Distrito Federal e pela União. As escolas da rede pública, por exemplo, são abastecidas por alimentos agrícolas convencionais e orgânicos produzidos em pequenas propriedades rurais por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). A demanda escolar por produtos orgânicos cresceu 50%, segundo a Emater-DF.
Morando saudável
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Carlos Castro é um dos produtores rurais que abastecem escolas do DF com alimentos orgânicos. O forte dele é o morango. Já são sete anos produzindo morango sem o uso de agrotóxicos. Usando tecnologia limpa, o morango que ele produz em Sobradinho (DF) frutifica por mais tempo e o ano todo.
“Normalmente, o morango produz por dois anos no máximo”, ressalta Castro. “Com a tecnologia de hoje, nós conseguimos produzir a mesma planta por até cinco anos, de janeiro a janeiro, com colheita até duas vezes por semana”.
As mudas foram importadas da Espanha. Nas terras em Sobradinho, Castro instalou três estufas, que hoje abrigam 4,5 mil plantas. De lá, saem de 25 a 30 caixas por semana, que somam 30 kg de morangos. O recorde foi 50 caixas por semana. Morango de boa qualidade e saudável consumidos, principalmente, pela garotada das escolas da rede pública do DF.