Pequenos agricultores e alunos de escolas públicas são os mais beneficiados
16 Novembro 2023
Redação AgroDF
O Governo do Distrito Federal informou hoje (16) que, entre 2019 e 2023, investiu R$ 218,4 milhões para asfaltar e instalar serviços de drenagem em 110 quilômetros de estradas que eram de terra. As melhorias foram realizadas em 16 das 35 regiões administrativas do DF, beneficiando moradores, agricultores e alunos que estudam em escolas públicas da zona rural.
Entre as cidades contempladas estão: Brazlândia, Ceilândia, Fercal, Gama, Jardim Botânico, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Riacho Fundo II e São Sebastião. Brazlândia e Planaltina respondem por maior parte dos alimentos de origem agrícola produzidos no DF.
As obras têm sido executadas por meio dos programas GDF Presente e Caminho das Escolas, seguindo planejamento do grupo de trabalho montado em parceria entre o Departamento de Estradas de Rodagem (DER e a Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri).
Os dois programas começaram a ser implantados em 2019, ainda no primeiro mandato do governador Ibaneis Rocha. Com a evolução dos programas, as ações passaram a ser executadas de forma conjunta e com acompanhamento semanal pelo grupo de trabalho.
“Toda semana a gente se reúne para ver o que foi feito e criar o cronograma da semana seguinte”, explicou Pedro Paulo Barbosa Gama, subsecretário de Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Seagri. “Esse trabalho coordenado tem trazido enormes resultados à população rural do DF”.
Produtores rurais
Pequenos produtores são predominantes nos núcleos rurais atendidos pelos programas do GDF. Com a pavimentação das vias os agricultores ganharam melhores condições para escoar a produção. “Com o asfalto, a mercadoria chega limpa ao cliente”, relata Ronaldo Vieira dos Santos (41 anos), produtor instalado no Jardim II, núcleo rural do Paranoá, atendido pela rodovia DF-285. O GDF investiu R$ 20,6 milhões na pavimentação de 13,5 quilômetros da rodovia.
“Antes da chegada do asfalto, o caminhão quebrava todos os dias, o consumo de combustível era maior e a mercadoria ainda chegava toda suja por conta da poeira”, lembra Ronaldo. “Hoje, a gente colhe, coloca no caminhão e não precisa nem de lona, porque chega tudo limpo”, relata o agricultor, que agora produz em média 20 mil caixas de hortaliças por ano, vendidas na Ceasa -DF.
Caminho das Escolas
Desde que foi criado, o programa Caminho da Escola já levou asfalto para vias de acesso de mais de 11 escolas públicas em zonas rurais de cidades do DF. O asfaltamento dessas vias mudou a vida de quem leciona e estuda na zona rural. É o caso da professora Fernanda de Paiva, que há 26 anos leciona na Escola Classe Estância Pipiripau, em Planaltina.
Ela não esquece do tempo em que a pista de acesso à escola era um desafio diário. “Muitos professores precisavam deixar o carro no Acampamento 8 de Março e seguir para cá nos ônibus escolares porque carro pequeno não conseguia passar”, relata. “Às vezes, até o ônibus atolava. Agora, os alunos chegam à escola com mais disponibilidade para aprender. E nós, com mais vontade de ensinar”.
Os estudantes também estão mais animados. É o que demonstra a aluna Sophia Marcelino (10 anos), que estuda na Escola Estância Pipiripau. Ela mora no Arapoanga. Para poder estudar, todos os dias Sophia e seus coleguinhas enfrentavam uma verdadeira corrida de obstáculos, com chuva, sol, poeira, lama e longas distâncias.
“Agora, dá para dormir no ônibus e até para estudar”, comemora. O tempo do trajeto entre a casa dela e a escola diminui bastante. “Antes, eu demorava uns 50 minutos. Hoje, é só meia hora”.
Mais asfalto
O DER planeja asfaltar vias de acesso de mais seis escolas. São três em Ceilândia (Córrego das Corujas, Laje da Jiboia e Incra 9) e outras três em Brazlândia (Escola Classe Bucanhão, São José e Incra 7). Enquanto o asfalto não chega, serviços de manutenção e conservação das vias rurais são realizados constantemente pelo DER, segundo Cristiano Cavalcante, superintendente de Obras do órgão.
Atualmente, conforme ele, são 800 quilômetros de estradas sob a jurisdição do DER que ainda não foram beneficiadas com asfalto, mas que são mantidas em condições de trafegabilidade até que possam ser pavimentadas.
Cavalcante ressalta que, por questões técnicas e operacionais, a pavimentação de estradas rurais é feita de forma gradativa. “Queremos que todas essas vias tenham asfalto, mas não podemos fazer tudo de uma vez”, enfatizou. “Então, nós traçamos as regiões prioritárias para receber o pavimento enquanto as outras vão recebendo nossos cuidados até que sejam contempladas com o asfalto”.
