TARIFAÇO AMARGA O CAFÉ

Em um mês após o tarifaço, as exportações de café para os EUA caíram 69,6% - Foto: EBC

Queda nas vendas para os EUA desanima comemorações no Dia Internacional do Café

Edição AgroDF
1º outubro 2025

1º de outubro é o Dia Internacional do Café. A data é comemorada por 77 países membros da Organização Internacional do Café (OIC), que em março de 2014 criou a celebração visando ter um dia único para homenagear a cafeicultura em todo o mundo. Ainda assim, vários países têm datas diferentes para a celebração. No Brasil, por exemplo, o Dia Nacional do Café é em 24 de maio.

Mas o cenário atual não está favorável a comemorações. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café. O país teria bons motivos para comemorar o Dia Internacional do Café se não tivesse sido golpeado pelo tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O tarifaço entrou em vigor em 6 de agosto, atingindo diversos produtos brasileiros, inclusive o café. Ao final de agosto, as exportaçõs de café especial e solúvel do Brasil para os Estados Unidos despencaram em relação a julho.

Exportações despencam

Em agosto, foram exportadas para o mercado norte-americano 21.679 sacas de café especial, registrando queda de 69,6% na comparação com julho de 2025. Em relação a agosto de 2024, as exportações de café especial despencaram 79,5%, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

No caso do café solúvel, foram enviadas 26.460 sacas em agosto de 2025, uma queda de 50,1% em relação a julho e de 59,9% em comparação a agosto de 2024, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics).

O café brasiliense

Mesmo diante do desfavorável cenário internacional, a produção e o número de cafeicultores crescem no Distrito Federal. Atualmente, são 193 produtores, que juntos colheram 953,34 toneladas do grão em 2024, segundo a Emater-DF.

A produtividade também aumentou. Hoje, a média nacional oscila entre 26 e 30 sacas por hectare, enquanto no DF a média é de 60 sacas, segundo a engenheira agrônoma Adriana Nascimento, coordenadora do Grupo de Trabalho de Cafeicultura da Emater.

O cultivo do café no DF predomina nas seguintes cidades: Brazlândia, Ceilândia, Gama, Paranoá, São Sebastião, Sobradinho, Planaltina e Park Way. E a espécie mais cultivada é o catuaí vermelho, uma variedade de café especial.

Uma das vantagens dessa espécie é que, seguindo corretamente as técnicas de cultivo, a colheita pode ocorrer antes do prazo previsto. Foi o que animou a produtora Marileuza de Andrade, que planta café numa chácara da família em Ponte Alta Norte, no Gama. “Achei que só teria colheita em cinco anos, mas no segundo ano já colhemos; e no ano seguinte a safra foi ainda maior”, relata Marileuza, que em 2021deixou um apartamento em Águas Claras para se tornar cafeicultora.

Assim como Marileuza, muitas outras mulheres estão presentes em 68% das plantações de café no DF, ou como proprietárias ou na condição de trabalhadoras rurais. “A mão de obra feminina assume grande parte do cuidado e da colheita seletiva, características importantes para a qualidade”, ressalta a agrônoma Adriana Nascimento. “O interesse das mulheres pela cultura tem crescido e se mostrado significativo”.

Com informações da Agência Brasil e Agência Brasília
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