PRODUTORES TERÃO R$ 516,2 BI

O governo estima que, com o plano, a produção agrícola ultrapasse 1,2 bilhão de toneladas, - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Plano Safra 2025-2026 eleva o crédito para médios e grandes agricultores

Edição AgroDF
1º julho 2025

 O Plano Safra 2025-2026, lançado nesta terça-feira (1º) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai disponibilizar R$ 516,2 bilhões em crédito para médios e grandes produtores rurais. São R$ 8 bilhões a mais do que na safra anterior, quando foram destinados R$ 508,59 bilhões.  Além do crédito rural, os recursos são destinados ao incentivo à produção sustentável e ao fortalecimento da infraestrutura no campo.

Os recursos do novo plano estão assim distribuídos: R$ 415 bilhões para operações de custeio e comercialização (R$ 13 bilhões a mais que na safra passada); e R$ 102 bilhões para investimentos em infraestrutura produtiva (crescimento de 51% em relação ao volume executado no último ciclo). Cerca de R$ 114 bilhões serão contratados com juros controlados e equalizados, com aumento de 23% em relação ao ano anterior.

“Queremos elevar ao máximo os ganhos que esses recursos podem gerar para os empresários, para a sociedade e, sobretudo, para o nosso país”, declarou Lula durante a cerimônia no Palácio do Planalto. “Nosso objetivo é consolidar o papel do Brasil como celeiro do mundo”, disse o presidente ao destacar a importância de investir em sustentabilidade e inovação para ampliar a competitividade brasileira no cenário global.

A nova edição do plano reitera o compromisso do governo federal com o aumento da produção agropecuária, a segurança alimentar da população e o desenvolvimento regional, conforme o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O conjunto de medidas também estimularia a geração de emprego e renda, a elevação da produtividade no campo e o incremento das exportações do agronegócio brasileiro.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, explicou que apesar da elevação da taxa Selic e do aperto fiscal, o governo assegurou condições competitivas de financiamento aos produtores. “Mesmo com todas as dificuldades, entregamos o maior Plano Safra da história”, ressaltou. “Fizemos um esforço enorme para preservar o acesso ao crédito, estimular a produção e aquecer a economia. Esse volume de recursos vai impulsionar uma supersafra e garantir o abastecimento de alimentos no mercado interno”, afirmou Fávaro.

Lula no lançamento do plano: . “Nosso objetivo é consolidar o papel do Brasil como celeiro do mundo” – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Produção sustentável

O Plano Safra 2025-2026 chega calcado numa frase de otimismo: “Força para o Brasil crescer”. Com esse slogan o governo busca estimular a sustentabilidade e a adaptação às mudanças climáticas. Nesse sentido, os financiamentos para sistemas de produção de baixa emissão de carbono seguem como prioridade por meio do Programa RenovAgro, que passa a permitir também o financiamento de ações para prevenção e combate a incêndios, reflorestamento e recuperação de áreas protegidas.

Produtores que adotarem práticas sustentáveis continuarão a contar com redução de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros. A linha para construção de armazéns com capacidade de até 12 mil toneladas, por exemplo, tem taxa de 8,5% ao ano e contará com R$ 8,2 bilhões em recursos.

Os programas Moderagro e Inovagro foram unificados, permitindo maior flexibilidade no uso do crédito para modernização tecnológica no campo. O plano também fortalece a irrigação, o armazenamento e o apoio ao médio produtor rural.

Outra novidade: o limite de renda para enquadramento no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) foi ampliado de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões por ano. A medida amplia o número de beneficiários e melhora as condições de financiamento para esse público.

O setor cafeeiro também foi atendido com um volume recorde de recursos: R$ 7,2 bilhões para o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), que passa a ser acessível também por beneficiários do Pronaf e do Pronamp, mesmo que já tenham contratos ativos no Plano Safra.

Clima e financiamento

O novo Plano Safra reforça critérios técnicos para melhorar a gestão de riscos. A partir de 2025, todas as operações de custeio agrícola deverão seguir o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), independentemente do valor contratado ou da exigência do Proagro. A regra, que antes valia apenas para operações de até R$ 200 mil no Pronaf, agora se estende a todos os financiamentos que se enquadrem nas condições climáticas mapeadas.

Outra novidade é a possibilidade de financiar rações, suplementos e medicamentos adquiridos até 180 dias antes da formalização do crédito, além do apoio à produção de sementes e mudas de essências florestais e culturas para cobertura do solo.

Safra recorde

Com a estimativa de safra recorde superior a 1,2 bilhão de toneladas, o Plano Safra 2025/2026 deverá contribuir para a estabilidade dos preços dos alimentos, o aumento da oferta de grãos, fibras, carnes e pescados e a ampliação dos excedentes exportáveis. A expectativa é de que mais de 500 mil contratos de crédito rural sejam formalizados ao longo do ciclo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou o papel da política agrícola no controle da inflação e na estabilidade econômica. “Nós vamos ter uma deflação de alimentos, como aconteceu no mês passado”, prevê Haddad. “A previsão da Secretaria de Política Econômica é de que as coisas estão voltando rapidamente ao normal. Nosso plano de voo está mantido”.

Com informações da Agência Brasil
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