PRESERVAÇÃO É UM BOM NEGÓCIO

Marina Silva e Décio Lima na assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre o Ministério do Meio Ambiente e o Sebrae - Foto: Erivelton Viana

É o que mostra o MMA e o Sebrae ao estimular pequenas empresas a vencer desafios ambientais

ABNOR GONDIM
Especial para o AgroDF
8 de maio de 2025

Uma nova safra de políticas públicas vai ser cultivada nos próximos três anos no Brasil para estimular micro e pequenas empresas em relação às mudanças climáticas e à preservação do meio ambiente. Entre outros pontos almejados estão o desmatamento zero até 2030 e a abertura de novos mercados para os produtos do agronegócio nacional.

Manifestações nesse sentido foram expressadas pelo presidente do Sebrae, Décio Lima, e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, nessa quarta-feira (7), durante a assinatura de Acordo de Cooperação Técnica (ACT) sobre o tema. A solenidade ocorreu durante a abertura do Congresso Internacional sobre Sustentabilidade para Pequenos Negócios (Ciclos).

Marina Silva destacou que o combate ao desmatamento contribui para a abertura de novos mercados no exterior para os produtos do agronegócio. “Conseguimos abrir para a agricultura brasileira mais de 300 mercados, desde o início do governo do presidente Lula. E uma das coisas que é fundamental para a abertura desses mercados é o fato de que o desmatamento começou a cair: 46% na Amazônia, 26% na Mata Atlântica e, agora, o último dado, 77% no Pantanal”, detalhou.

Respostas já

Na avaliação da ministra, esses dados desconstroem o argumento de que comprar os produtos agrícolas do Brasil está contribuindo para destruir a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica do Pampa.

“Estamos provando que é possível crescer economicamente sem precisar destruir a natureza e temos um compromisso de desmatamento zero até 2030. A COP 30 é o nosso grande desafio”, reforçou, referindo à Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, agendada para novembro em Belém (PA).

A ministra ainda enfatizou: “O desafio não é mais de formular, não mais de criar mecanismo esse ou aquele mecanismo. É o momento de implementação. Precisamos implementar o que decidimos ao longo de 33 anos”.

Inclusão

Todas as ações serão desenvolvidas para estimular os empreendimentos de menor porte a se engajar no enfrentamento das mudanças climáticas, afirmou ao Portal AgroDF Décio Lima, o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Ele declarou que uma economia sustentável, dentro da lógica da permanência do equilíbrio da natureza, não será construída sem os microempreendedores e micro e pequenas empresas.

“Às vezes, é fácil pedir a uma grande cadeia produtiva, a uma grande indústria, para se adequar ao processo produtivo e sustentável”, pontuou Décio. “O difícil é fazer justamente o pequeno ter condições estruturantes para que ele possa transformar a sua pequena economia. Então, estamos com essa política que garante esse conceito imprescindível”, sustentou.

Décio Lima ressaltou o papel social do Sebrae com foco na inclusão socioprodutiva, preservação e sustentabilidade. “Sabemos que pertencemos a uma causa importante, a do mundo sustentável, e que agora recebe a inovação e a tecnologia. E, sobretudo, do mundo que precisa também garantir a inclusão, porque não podemos imaginar um mundo sustentável, inovador, globalizado, ao convivermos com 750 milhões de seres humanos no mapa da fome e da miséria”, apontou.

Centro de Sustentabilidade

O diretor-técnico do Sebrae, Bruno Quick, enfatizou o papel do Centro Sebrae de Sustentabilidade, unidade do Sebrae estadual localizada em Cuiabá (MT) e organizador da série de eventos Ciclos. “O Centro já impactou mais de 7 milhões de brasileiros em todo o Brasil e no exterior. E, por meio de seus conteúdos, plataformas digitais e ações presenciais, já esteve presente em diversas agendas e eventos internacionais, trazendo a voz de uma maioria silenciosa, os mais de 22 milhões de empreendedores brasileiros”.

Público-alvo

Além da promoção de políticas públicas, o Acordo prevê a divulgação de produtos associados a elas, visando ao atendimento, ao acesso a mercados, à inovação e à competitividade de empreendedores, microempreendedores individuais (MEIs), microempresas (ME), empresas de pequeno porte, associações e cooperativas, com o objetivo de fomentar empreendedorismo e o desenvolvimento sustentável.

Eixos Estratégicos

Para o alcançar os objetivos, as atividades serão desenvolvidas nos seguintes Eixos Estratégicos de interesse comum:

  • Bioeconomia;
  • Agroecologia;
  • Agricultura Regenerativa;
  • Recuperação da Vegetação Nativa;
  • Manejo Florestal Sustentável;
  • Economia Circular e Inclusão Socioprodutiva.

Resultados Esperados

  • Ampliação do conhecimento e compreensão da economia da sociobiodiversidade;
  • Fortalecimento das capacidades produtivas e organizacionais de pequenos negócios tradicionais e/ou empreendimentos comunitários;
  • Promoção da inovação e adoção de práticas sustentáveis;
  • Fortalecimento das cadeias produtivas e valorização dos produtos da sociobiodiversidade;
  • Promoção do desenvolvimento sustentável e da preservação da diversidade socioambiental;
  • Fortalecimento da organização comunitária, da participação social e do empoderamento das comunidades para a gestão sustentável dos recursos;
  • Adoção de práticas inovadoras, como a agroecologia e a agricultura regenerativa, fomentando o empreendedorismo sustentável e a diversificação das atividades econômicas;
  • Atração de financiamento e investimentos para a implementação de projetos de gestão ambiental rural focados na criação de paisagens sustentáveis, viabilizando ações de conservação ambiental, desenvolvimento social e econômico e melhoria da qualidade de vida nos territórios.
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