Golpistas dão prejuízo de R$ 120 milhões a produtores goianos
Edição AgroDF
7 outubro 2025
Um rombo superior a R$ 120 milhões foi o prejuízo causado, durante cinco anos, a produtores goianos de grãos de milho por uma quadrilha de falsos compradores do produto que atuava em pelo menos oito estados e no Distrito Federal. Para desbaratar a quadrilha, foi deflagrada nesta terça-feira (7) a Operação Agrofraude, coordenada pela Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo Especial de Investigações Criminais (GEIC) de Rio Verde.
Na mira da operação estão 41 falsos empresários que se apresentavam, de forma virtual, como compradores legítimos junto a corretores de milho. Foram presas 27 pessoas somente hoje (7) em ações policiais realizadas simultaneamente em Brasília (DF), Cuiabá (MT), Manaus (AM), Rio Branco (AC), Cascavel (PR), Joinville (SC), Portão (RS), Paraguaçu Paulista (SP), Várzea Grande (MT) e São Gonçalo do Piauí (PI).
O delegado Matheus Dutra, responsável pela operação, explicou como a quadrilha atuava. Os golpistas, segundo o delegado, se apresentavam como compradores de grãos de milho a corretores do produto. Assim obtinham informações reais sobre a produção disponível nas fazendas, como fotos, vídeos, quantidade e qualidade do milho. Municiados com essas informações, os membros da organização criminosa se apresentavam ao mercado como legítimos empresários, concretizando negócios fraudulentos.
“O golpista, agora se passando por proprietário dos produtos e por produtor rural, consegue obter as vantagens financeiras indevidas”, explicou Dutra. “Dessa forma, a vítima, acreditando que está em uma negociação legítima, é enganada e faz as transferências bancárias”.
Golpe em Rio Verde
As investigações começaram após a Polícia Civil de Goiás receber denúncias de produtores goianos que foram lesados pela quadrilha. Durante as investigações, a polícia descobriu que as movimentações financeiras da quadrilha eram totalmente incompatíveis com a renda declarada pelos falsos empresários.
Apenas em Rio Verde, a quadrilha fez 10 vítimas, causando prejuízo de R$ 1 milhão. Além de 41 mandados de prisão temporária, foram expedidos outros 46 de busca e apreensão domiciliar. Foram adotadas ainda medidas de sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias dos acusados. Os presos responderão por estelionato qualificado de fraude eletrônica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
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