No mês, as vendas para o exterior bateram recorde, chegando a US$ 15 bilhões
Edição AgroDF
10 outubro 2025
O agronegócio do Brasil exportou US$ 14,95 bilhões em setembro de 2025, registrando alta de 6,1% em relação ao mesmo mês em 2024. Este foi o melhor setembro das exportações do agro brasileiro desde o início da série histórica. As vendas do setor para o exterior responderam por 49% de todas as exportações que o país fez no mês passado, quando o volume de embarcados cresceu 7,4%, mesmo diante do recuo dos preços médios internacionais, que caíram 1,1%.
No acumulado do ano, o agro trouxe ao Brasil um superávit comercial de mais de US$ 111 bilhões, contribuindo para o equilíbrio das contas externas brasileiras. Entre janeiro e setembro, as exportações do agro brasileiro cresceram 0,7%, com faturamento de US$ 126,6 bilhões. Em contrapartida, as importações de produtos do setor registraram aumento de 7,3% no mês de setembro e de 5,4% no acumulado do ano.
Produtos mais vendidos
Em setembro, lideraram as exportações os seguintes produtos: carne bovina in natura, com US$ 1,77 bilhão (aumento de 55,6%); a carne suína in natura, que alcançou marca histórica de US$ 346,1 milhões (+28,6%) e quase dobrou o volume embarcado (+78,2%); e o milho, com US$ 1,52 bilhão (+23,5%).
Já entre os produtos potencialmente mais afetados pelo tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destaque para as exportações de café (US$ 1,3 bilhão em vendas e crescimento de 9,3%), e os pescados, cujas exportações somaram US$ 38,7 milhões, com aumento de 6,1% em volume.
Entre os itens menos tradicionais da pauta, setembro também registrou recordes históricos em volume na série, reforçando a diversificação das vendas externas. Os produtos que mais se destacaram foram: sementes de oleaginosas (exceto soja) (+92,3%), melancias frescas (+65%), feijões (+50,8%) e lácteos (+13,7%). No geral, os produtos menos tradicionais incrementaram 9,2% em setembro e 19,1% no acumulado do ano.
Novos mercados
Além dos itens mais tradicionais da pauta exportadora, o governo brasileiro tem trabalhado na diversificação da pauta e no acesso a nichos com maior valor agregado. A estratégia reúne abertura e ampliação de mercados, promoção comercial e suporte às cadeias produtivas, para ganhar presença especialmente em destinos da Ásia, Europa e América do Norte.
O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, fez a seguinte avaliação do desempenho das exportações do agro: “Os resultados de setembro mostram, mesmo diante de um cenário externo desafiador, a competitividade do agronegócio brasileiro e o acerto na estratégia reforçada a partir de 2023 de abertura, ampliação e diversificação de mercados e produtos. Até o momento, foram abertas 444 novas oportunidades para os produtores e exportadores brasileiros.”
Já o secretário de Comércio e Relações Internacionais do MAPA, Luís Rua, fez a seguinte análise: “Setembro demonstra o esforço da presença internacional do agro brasileiro em um contexto global desafiador. A combinação de sanidade, qualidade e competitividade, somada ao diálogo com o setor privado e às ações de promoção comercial, consolida o país como parceiro confiável para a segurança alimentar do mundo. Apenas em 2025, foram mais de 60 missões internacionais promovidas pelo MAPA”.
COMENTÁRIOS