O ANJO DA GUARDA RURAL

O Programa Guardião Rural já cadastrou imóveis em 21 regiões administrativas do DF - Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília

Programa de segurança no campo cadastra 1,6 mil imóveis monitorados pela PMDF   

Redação AgroDF
28 julho 2025

O Governo do Distrito Federal tem aplicado recursos na zona rural não só para aumentar a produção e melhorar o escoamento de produtos agrícolas. Vem investindo também na segurança das propriedades rurais. Com o aprimoramento do Programa Segurança Integral em julho de 2024, criou o eixo Campo Mais Seguro, fortalecendo o programa Guardião Rural, existente desde 2018. No primeiro semestre de 2025, esse programa atingiu um feito inédito: cadastrou 1,6 mil propriedades rurais em 21 das 35 regiões administrativas do DF.

O Guardião Rural é um programa da Polícia Militar em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do DF. Foi criado em 2018 com o objetivo de fortalecer a presença da PM nas áreas rurais, reforçar a segurança no campo e levar aos moradores sensação de bem-estar. Trabalho que envolve planejamento, policiais armados, viaturas especiais, tecnologia e contato direto com a população da zona rural.

Até 2018, apenas 30 propriedades estavam cadastradas no programa. Hoje, o Guardião Rural cadastrou 1.570 propriedades a mais do que há sete anos, quando foi criado. Atualmente, já cobre 67,5% do território brasiliense, alcança das 98% das divisas do DF e tem servido de modelo para corporações militares de outros estados, como as PMs do Tocantins, Espírito Santo e Bahia.

Rondas frequentes são realizadas na propriedades rurais cadastradas no programa- Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília

Batalhão Rural

O programa é executado por equipes especializadas do Batalhão Rural, sendo dividido em três companhias. A 1ª Companhia cobre a Região Oeste, que inclui Ceilândia, Brazlândia e Samambaia. A 2ª Companhia atua na Região Leste, que abrange Planaltina, Sobradinho, Fercal, Paranoá e PAD-DF. Já a 3ª Companhia é responsável por zonas rurais da Região Sul, abrangendo cidades como Gama, Santa Maria, São Sebastião, Recanto das Emas, Riacho Fundo, Park Way e Jardim Botânico.

Após o cadastro ser aprovado, a PM instala na entrada da propriedade uma placa do Guardião Rural, o que contribui para inibir tentativas de furto ou invasão. Outra medida é verificar se trabalhadores, fornecedores ou outras pessoas com acesso frequente à propriedade têm antecedentes criminais.

O tenente Flávio Hermógenes, que atua na Companhia Oeste, explicou que muitos proprietários rurais contratam trabalhadores sem saber que alguns deles podem ter dívidas com a Justiça. Somente em 2024, o programa levou o Batalhão Rural a cumprir 42 mandados de prisão, dos quais 15 ocorreram dentro de propriedades cadastradas no Guardião Rural.

Desde 2023, a propriedade do produtor rural Marcos Boechat está cadastrada no programa. “Além da propriedade, cadastramos também os veículos e os funcionários”, relata Boechat. “Isso é importante porque, às vezes, você pode acabar descobrindo alguma coisa com um funcionário que nem sabia”.

Boechat conta que a relação com o Batalhão Rural é próxima e frequente. Uma das ferramentas usadas para fortalecer essa relação é o aplicativo WhatsApp. Em cada região são formados grupos, que trocam mensagens de texto, áudio ou vídeo pela internet. Assim, denunciam à polícia situações estranhas, como veículos abandonados, desaparecimento de animais ou de materiais.

Cadastro e ações

Para cadastrar imóveis no programa Guardião Rural, o proprietário preenche um formulário. Depois, equipes do programa visitam a propriedade para constatar a veracidade das informações. Se as informações estiverem corretas, o cadastrado é aprovado. Caso contrário, o proprietário deverá fazer os ajustes apontados pela PM. Eis alguns dos critérios exigidos e as ações da PM após o cadastro:

  • A propriedade deve ter no mínimo dois hectares.
  • O proprietário deve comprovar a posse ou propriedade do imóvel.
  • A propriedade não pode apresentar irregularidades fundiárias.
  • A propriedade deve ter condições mínimas de segurança, como cercas conservadas, controle de acesso, iluminação, câmeras e até cães de guarda.
  • O proprietário deve oferecer dados sobre os moradores, trabalhadores, veículos, maquinários, plantel dos animais e outros bens de valor econômico ou afetivo.
  • Aprovado o cadastramento, é fixada na entrada da propriedade uma placa identificando que aquele imóvel está incluso no programa Guardião Rural.
  • A propriedade cadastrada é inclusa nas rotas de patrulhamento do Batalhão Rural, que passa a fazer rondas frequentes na região do imóvel.
  • Os policiais estão preparados para atender ocorrências registradas no momento das rondas.
  • Quando relatos de eventuais crimes são passados pelos moradores, essas informações são encaminhadas ao setor de inteligência da PM. A partir daí, são definidas as ações a serem adotadas.

Anuário de Segurança

Em 31 de julho de 2024, foi publicado o Decreto nº 46.082/2024, que aprimorou o Plano Distrital de Segurança Pública e Defesa Social (PDISP) e o Programa Segurança Integral, que incluiu o eixo Campo Mais Seguro, fortalecendo o programa Guardião Rural.

No dia 18 de junho de 2025, foi lançando o 1º Anuário de Segurança Pública do DF, inédita publicação que faz um balanço sobre os resultados no setor nos últimos 11 anos. O anuário não apresenta números sobre a criminalidade no campo. Faz apenas referências sobre o eixo Campo Mais Seguro e sobre o Guardião Rural. Em relação a esses temas, a publicação traz as seguintes informações:

 “O novo eixo inaugurou, ainda, outras medidas de proteção às comunidades locais, destacando-se a ampliação do sistema de videomonitoramento gerenciado pelo Ciob. O plano de expansão do sistema prevê a instalação de câmeras adicionais em áreas rurais, com localizações estratégicas determinadas por análises técnicas conduzidas pela SSPDF em conjunto com as forças de segurança. Da mesma forma, visando ampliar a participação comunitária nas ações de segurança pública, foram criados, no ano de 2024, três novos Conselhos Comunitários de Segurança voltados para áreas rurais, contemplando Ceilândia, Estrutural e a comunidade JK (região entre Samambaia e Taguatinga). Essas ações atendem a uma antiga demanda da comunidade e reforçam o compromisso da SSPDF em aprimorar a segurança pública no campo, promovendo soluções sustentáveis, integração entre forças de segurança e maior participação da comunidade”.

 Com informações da Agência Brasília
Saiba mais...
Pesquisar

ANUNCIE AQUI

AGRONEGÓCIO NO DF

Play Video

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *