FUNDO DA FLORESTA EM PÉ

O presidente Lula defendeu a criação do fundo para salvar as florestas tropicais - Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Brasil apresenta proposta para captar investimentos de US$ 125 bilhões

Edição AgroDF
6 novembro 2025

 Com a meta de captar US$ 125 bilhões de recursos públicos e privados de países desenvolvidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou oficialmente nesta quinta-feira (6) proposta para a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) durante reunião de chefes de Estados da Cúpula do Clima, evento que antecede a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que acontece em Belém do Pará.

O fundo é uma proposta do Governo do Brasil para compensar países que preservam suas florestas tropicais, presente em mais de 70 países. É o caso da República Democrática do Congo, da Indonésia e do próprio Brasil. Pela proposta brasileira, será criado um fundo para captar recursos, compensar países que mantiverem suas florestas em pé e remunerar os investidores.

O fundo pretende captar incialmente US$ 25 bilhões em recursos públicos dos governos dos países filiados à ONU, chegando a US$ 125 bilhões com investimentos do setor privado dessas nações.  O recurso captado será reinvestido em projetos com maior taxa de retorno.

A diferença entre o que é pago aos investidores e o que é obtido nessas aplicações (o chamado spread) será destinada a remunerar financeiramente países que preservam suas florestas tropicais, de forma proporcional à área conservada.

O papel do fundo

Ao apresentar a proposta aos chefes de Estado, disse Lula: “As florestas valem mais em pé do que derrubadas. Elas deveriam integrar o PIB dos nossos países. Os serviços ecossistêmicos precisam ser remunerados assim como as pessoas que protegem as florestas. Os fundos verdes internacionais não estão à altura do desafio”.

O presidente brasileiro explicou o papel do fundo: “O TFFF não é baseado em doação. Seu papel será complementar os mecanismos que pagam pela redução das emissões de gases do efeito estufa. Investimentos soberanos de países desenvolvidos e em desenvolvimento que irão alavancar um fundo de capital misto. O portfólio vai se diversificar em ações e títulos”, explicou Lula.

Os recursos gerados a partir dos investimentos em projetos de altas taxas de retorno financiarão a manutenção dos ambientes de floresta preservados por hectare. Os lucros serão repartidos entre os países de florestas tropicais e os investidores. “Esses recursos irão diretamente para os governos nacionais que poderão garantir programas soberanos de longo prazo”, explicou Lula.

Segundo o presidente, será possível pagar aos países US$ 4 por hectare preservado. “Parece modesto, mas estamos falando de 1,1 bilhão de hectares de florestas tropicais distribuídos em 73 países em desenvolvimento”, disse Lula.

O fundo também deverá garantir que um quinto dos recursos seja destinado aos povos indígenas e às comunidades tradicionais, como quilombolas.

Monitoramento por satélite

O acompanhamento da manutenção das florestas em pé será feito por meio de monitoramento via satélites. Pelas imagens emitidas será possível identificar se o país vem cumprindo a meta de desmatamento, que deve ficar abaixo de 0,5%.

Na apresentação oficial da proposta, Lula lembrou que vários países com floresta tropicais e financiadores já anunciaram o apoio ao mecanismo. “É simbólico que a celebração do seu nascimento seja feita aqui em Belém, rodeada de sumaúmas, açaizeiros, andirobas e jacarandás”, disse Lula. “Em poucos anos poderemos ver o fruto desse fundo. Teremos orgulho de lembrar que foi no coração da Floresta Amazônica que demos esse passo juntos.”

A formalização da proposta ocorre após o aporte de US$ 1 bilhão realizado pelo governo brasileiro no último dia 23 setembro, durante a apresentação da ferramenta em reunião promovida pelo Brasil e pelo secretariado das Nações Unidas, em Brasília.

Com informações da Agência Brasília
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