DESMATAMENTO EM QUEDA

O desmatamento no Cerrado caiu pelo segundo ano consecutivo após cinco anos de alta degradação - Foto: Senai

Destruição caiu 11,49% no Cerrado e 11,08% na Amazônia em um ano

Edição AgroDF
31 outubro 2025

  O desmatamento no Cerrado e na Amazônia vem caindo. É o que aponta o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) ao ao divulgar nesta quinta-feira (30) os dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) coletados entre agosto de 2024 e julho de 2025 e comparados com o período anterior pesquisado, de agosto de 2023 a julho de 2024. Segundo o projeto, o desmatamento do Cerrado caiu 11,49%, enquanto a redução na Amazônia foi de 11,08%.

No Cerrado, o desmatamento caiu pelo segundo ano consecutivo depois de cinco anos de degradação em alta. No período de agosto de 2024 a julho de 2025, foram desmatados 7.235,27 km² – redução de 11,49% ao período anterior, quando foram devastados 8.066,52 km².

Os dados do Prodes mostram que o maior percentual de desmatamento ocorreu na área do Matopiba – região de fronteira do agronegócio que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Juntos, eles responderam por 78% de toda a área desmatada no bioma.

Os maiores desmatadores foram o Maranhão, que registrou 28% de toda a área desmatada; Tocantins, com 21%; Piauí, com 19% e a Bahia, com 11%.

Amazônia

O relatório do Prodes mostra que na Amazônia foram desmatados 5.796 km², queda de 11,08% em relação ao ciclo anterior (2023-2024), quando foram destruídos 6.438 km².  Esta é a terceira menor taxa da série histórica, que começou a ser medida em 1988, e o terceiro ano consecutivo de redução.
Os estados que mais contribuíram com o desmatamento foram o Pará, Mato Grosso e Amazonas, que responderam, juntos, por 80% de todo o desmatamento na Amazônia Legal.

O Tocantins registrou a maior queda proporcional, com 62%. A redução com esse percentual se justifica pelo tamanho do território tocantinense, uma vez que a área florestal do Tocantins é menor do que as dos demais estados da Amazônia Legal.

Os dados do Prodes destacam ainda a redução do desmatamento em outros estados da região. Amapá: queda de 42%; Roraima: 37%; Rondônia: 33%; Acre: 27%, consolidando uma tendência na região desde 2021; Maranhão: 26%; e Amazonas: 16,93%.

O coordenador do Programa BiomasBR do Inpe, Cláudio Almeida, alerta para outro problema que ameaça a região: os incêndios florestais. “Ainda que exista uma queda do desmatamento, uma coisa que chama atenção é o incremento da área desmatada por degradação progressiva, com grandes incêndios florestais que chegam a levar a floresta ao colapso”, destaca Almeida. Em Mato Grosso, por exemplo, o desmatamento aumentou 25,05% em razão da grande ocorrência de queimadas.

As ministras Lucina Santos e Marina Silva durante a divulgação dos dados do Prodes 2025. Foto: Rogério Cassimiro/MMA

Compromisso ambiental

Para a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, os dados confirmam que a agenda ambiental é prioritária e transversal é prioridade do Governo Lula. “Isso é fundamental para que o país contribua ao enfrentamento à mudança do clima a nível global, o que beneficia diretamente a vida dos brasileiros e brasileiras, que já enfrentam, em diferentes medidas, os impactos crescentes do aquecimento global em forma de eventos extremos, por exemplo”, disse a ministra.

Marina Silva defendeu ainda que o combate ao desmatamento e a proteção do meio ambiente são condicionantes para que o Brasil alcance o desenvolvimento econômico em bases sustentáveis.

Já a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou o avanço nos mecanismos de monitoramento como fundamentais para auxiliar as ações de prevenção e combate ao desmatamento. “Esses resultados não são obra do acaso”, ressaltou.

Para a ministra, “a excelência do Inpe e o monitoramento de precisão que realizamos são o alicerce que nos permite enxergar a realidade do nosso território e, a partir daí, fornecer subsídios às ações do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, nessa parceria que tem sido tão frutífera”.

O bioma Cerrado

O Cerrado é o segundo maior bioma do país. Ocupa 2 milhões de km2, o equivalente a 25% do território nacional. O bioma é composto pelos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, sul do Mato Grosso, oeste de Minas Gerais, Distrito Federal, oeste da Bahia, sul do Maranhão, oeste do Piauí e porções do Estado de São Paulo e, principalmente, no Planalto Central Brasileiro.

Esse bioma é a savana mais biodiversa do mundo. Estima-se que abrigue mais de 320 mil espécies de seres vivos. Uma das suas principais características é a abundância em recursos hídricos, o que torna o Cerrado conhecido como o “Berço das Águas”.

Esse “berço” é composto por oito das 12 regiões hidrográficas brasileiras, abastecendo seis das oito grandes bacias hidrográficas do Brasil: Amazônica, Araguaia/Tocantins, Atlântico Norte/Nordeste, São Francisco, Atlântico Leste e Paraná/Paraguai). Além disso, é no Cerrado onde estão localizados três dos principais aquíferos do país: Bambuí, Urucuia e Guarani.

 

Com informações da Agência Brasil e Agência Senai
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