País deve produzir 31,57 milhões de toneladas de carnes bovina, suína e de aves em 2025
Edição AgroDF
15 junho 2025
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a produção de carnes bovina, suína e de aves deverá atingir 31,57 milhões de toneladas em 2025. Embora expressiva, essa produção é quase a mesma de 2024, quando chegou a 31,58 milhões de toneladas – um recorde histórico. Esse resultado foi influenciado pelo crescimento na produção de carne suína e de aves, conforme mostra a atualização do quadro de suprimento da Conab divulgado nesta sexta-feira (13).
A companhia estima que a produção de carne suína deve bater novo recorde neste ano, chegando a 5,56 milhões de toneladas, com alta de 4,4% em relação a 2024. Com o aumento da produção, a Conab prevê que os fornecedores de carne suína devem ampliar as exportações em cerca de 1,45 milhão de toneladas, alta de 9,7% em comparação com 2024.
Mesmo com a expectativa de maior exportação, os produtores também devem ampliar a disponibilidade interna de carne suína em 2,6%, atingindo cerca de 4,13 milhões de toneladas para abastecimento do mercado interno, segundo a companhia.
“Os constantes aumentos na produção de carne suína são pautados tanto em uma maior diversificação de cortes do produto destinado ao mercado interno como na ampliação de novos mercados no cenário internacional”, avalia o gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, Gabriel Rabello.
Os dados da Conab mostram ainda mudanças no mercado externo, com alterações significativas no quadro dos países que mais compram a carne suína brasileira. É o caso da China. Até 2020, o país asiático era o principal destino da carne suína, respondendo por 51% das importações. Hoje, responde por 16%.
Quem ocupou o lugar de maior importador da produção nacional suína foi as Filipinas, que responde por 20% das vendas ao mercado externo.
Carne de frango
No caso da produção de carne de frango, a Conab prevê novo recorde para 2025. A projeção é de 15,48 milhões de toneladas, alta de 1,5% em comparação com 2024. Com isso, a Conab prevê incremento de 2,2% no mercado interno, podendo chegar a 10,33 milhões de toneladas.
Já as exportações devem se manter estáveis, sendo estimadas em 5,13 milhões de toneladas. “O ritmo de vendas no último mês foi impactado negativamente devido ao caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, o que reflete no resultado final das vendas ao mercado externo”, analisa Rabello.
Como medida de contenção da gripe aviária, o Ministério da Agricultura e Pecuário (Mapa) acionou o Plano de Contingência de Influenza Aviária e doença de Newcastle. Foram adotadas medidas de contenção e erradicação do foco visando não somente debelar a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população.
Os ovos provenientes da granja comercial infectada foram completamente rastreados e estão sendo destruídos. Após essa fase, começará o processo de limpeza e desinfecção dos três incubatórios infectados. “Com o controle da doença e a garantia da segurança sanitária e da sanidade dos animais, os embarques da carne de frango tendem a se regularizar”, ressalta Rabello.
A Companhia estima que a produção de ovos para 2025 deve atingir um novo recorde. Pode chegar a 48,5 bilhões de ovos para consumo – alta de 5,4% em relação ao ano anterior. O maior volume a ser produzido reflete em uma elevação na disponibilidade do produto no mercado interno.
Carne bovina
No caso da carne bovina, a previsão da Conab é de queda na produção diante da retenção de matrizes e menor abate de fêmeas. Ainda assim, o país deverá ser produzir 10,52 milhões de toneladas, a segunda maior já registrada na série histórica da Companhia.
Esse cenário aponta para a redução do fornecimento de carne bovina no mercado interno, disponibilizando 6,58 milhões de toneladas. Mas com a valorização da carne brasileira no mercado internacional, as exportações tendem a crescer, podendo chegar a 4 milhões de toneladas.
A China, com participação atual de 41%, deve continuar sendo o maior consumidor. Os Estados Unidos também devem comprar mais. Entre 2024 e abril de 2025, as exportações para aquele país subiram de 8% para 13%. No período de janeiro a abril de 2025,
o volume embarcado para os EUA cresceu 56% em relação ao mesmo período do ano anterior.