Neoenergia priorizará avicultores em casos de apagões na zona rural do DF
Edição AgroDF
18 de agosto de 2025
As constantes oscilações no fornecimento de energia elétrica para a zona rural estão prejudicando o setor agrícola do Distrito Federal, especialmente a avicultura. Para solucionar o problema, a Neoenergia Brasília e o Sindicato dos Avicultores do DF (Sindiaves) formalizaram hoje (18) um acordo articulado pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri). O acordo prevê a criação de um grupo de trabalho para propor ações emergenciais e acompanhar a expansão e melhoria da rede elétrica no DF.
A proposta é firmar uma parceria entre a Neoenergia e o setor produtivo visando mapear a demanda de energia elétrica das propriedades rurais. Serão priorizadas as cadeias de produção de grãos e de aves, além de cidades que concentram pequenos produtores, como Brazlândia e Planaltina.
Pelo acordo, os avicultores terão atendimento preferencial em casos de queda de energia. Neste caso, o Sindiaves e a Associação dos Avicultores do DF ficarão responsáveis pela atualização do cadastro das granjas produtoras, incluindo informações sobre ampliações previstas para os negócios. Assim, a concessionária pode se programar para garantir o fornecimento de energia com maior previsibilidade e agir com mais rapidez na queda do abastecimento.
Cadeia da avicultura
Atualmente, o DF conta com cerca de 100 produtores de frango de corte, com aproximadamente 500 aviários em operação, além de seis empresas de médio e grande porte na produção de ovos e mais de 500 pequenos produtores. Juntas, essas atividades compõem uma cadeia produtiva em expansão, responsável pelo abastecimento local e por parte do fornecimento interestadual de carnes e ovos.
Diante da importância do setor, o presidente do Sindiaves, Rodrigo Dolabella, reclamou das oscilações de energia. “As aves necessitam de ventilação e refrigeração constantes”, explicou. “A falta de energia provoca mortalidade imediata”. Mas ele aprovou o acordo. “Saímos da reunião com o compromisso de um atendimento preferencial da concessionária em casos de interrupção, o que já representa um avanço importante”, declarou.
Neoenergia se defende
Diante das reclamações dos avicultores, a superintendente de Relações Institucionais e Governamentais da Neoenergia, Juliana Pimentel, lembrou que em 24 de abril deste ano, a concessionária participou de audiência pública na Comissão do Produtor Rural e Abastecimento da Câmara Legislativa.
Após aquela audiência, a Neoenergia passou a trabalhar “intensamente em um projeto específico para melhorar o fornecimento de energia na área rural do DF”, segundo Juliana. “Estamos em diálogo constante com a Seagri e com os produtores rurais, e aguardamos a convocação da comissão para apresentar o projeto completo”.
No caso específico dos avicultores, a representante da Neoenergia destacou que a concessionária, em parceria com a Seagri, vem priorizando ações para atender as granjas. “A Neoenergia se comprometeu a realizar avaliações técnicas para adequar o fornecimento às novas demandas”, declarou. “Também estamos desenvolvendo, em conjunto com a secretaria, uma campanha de conscientização para reforçar a importância dessa atualização e garantir maior agilidade na recomposição da energia em casos de interrupção”.
Integração e avanço
O secretário de Agricultura, Rafael Bueno, destacou a importância da articulação imediata entre o poder público e a concessionária. “Estamos atuando de forma integrada para garantir que os produtores rurais tenham a tranquilidade de continuar as atividades sem o risco de perder investimentos e comprometer a produção de alimentos. Esse diálogo permanente é essencial para encontrar soluções estruturais e emergenciais”, afirmou.
Já o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, avaliou que o acordo firmado é um avanço para a avicultura brasiliense. “Nossos produtores enfrentam prejuízos elevados com as constantes quedas de energia e precisam de soluções rápidas e estruturantes”, apontou. “Com o diagnóstico atualizado da realidade rural, a Neoenergia terá condições de canalizar os investimentos de forma mais assertiva, garantindo competitividade à avicultura”.
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