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Ibaneis convidou Alckmin para o Fórum Nacional de Governadores: unidade do país - Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Ibaneis quer formar comitiva para ajudar nas negociações sobre o tarifaço

Redação AgroDF
28 julho 2025

Uma comitiva composta por governadores de estados e do Distrito Federal deverá ser formada para acompanhar o vice-presidente Geraldo Alckmin nas negociações a serem ser feitas em Washington para mudar a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaça taxar em 50% todos os produtos brasileiros exportados para aquele país. O chamado tarifaço entra em vigor em 1º de agosto.

A proposta de formar essa comitiva foi comunicada nesta segunda-feira (28) pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, ao visitar o vice-presidente Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Na visita, Ibaneis informou que vai convocar uma sessão extraordinária do Fórum Nacional de Governadores para debater e propor soluções ao tarifaço de Trump, além de forma a comitiva de negociação.

Ibaneis, que coordena o Fórum dos Governadores, convidou o Alckmin para o encontro e estendeu o convite ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Ibaneis disse esperar a participação de todos os outros 26 governadores, além de representantes do Governo Federal.

Segundo o governador do DF, Geraldo Alckmin “recebeu muito bem o nosso convite”. O Fórum ainda não tem data para ser realizada, mas deve acontecer antes que o tarifaço entre em vigor. Para Ibaneis, é importante que essa reunião aconteça o mais breve possível para debater essa taxação, “que vai atingir muito a população brasileira, não só na parte das exportações, mas também na produção”.

Clima de preocupação

Durante a visita, Ibaneis enfatizou que o clima é de apreensão entre os governantes estaduais: “Todos os governadores estão muito preocupados. Uns perdem mais, outros menos, mas acho que nós temos condições de fazer um diálogo unindo toda a classe política brasileira em torno desse que é um problema nacional”.

Enfatizou ainda que a ideia principal do Fórum é formar uma comissão de governadores para acompanhar o Governo Federal nas negociações em Washington, demonstrando a unidade do país em relação ao tarifaço. “Porque quem mais vai perder com isso é exatamente a população mais carente, que perde emprego, renda e salário”, declarou Ibaneis, completando: “A ideia é exatamente trabalhar com os governadores para que a gente possa ajudar na solução desse grande problema”.

Soberania do Brasil

Na semana passada, em nota à imprensa, o ministério dirigido por Alckmin afirmou que desde o anúncio do tarifaço (9 de julho) o governo brasileiro tem buscado negociar alternativas com o governo americano com “base em diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica”.

“Reiteramos que a soberania do Brasil e o estado democrático de direito são inegociáveis”, diz a nota do MDIC. “No entanto, o governo brasileiro continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais, em uma postura que já é clara também para o governo norte-americano”.

 A arrogância de Trump

Em 9 de julho, o presidente Donald Trump, usando sua própria rede social e sem comunicado formal ao Governo do Brasil, anunciou a aplicação de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. O chamado “tarifaço” teve, entre as justificativas, argumentos políticos e comerciais.

A decisão foi tratada pela própria imprensa norte-americana como um ato de arrogância do presidente Trump, em defesa de interesses políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro e em detrimento às boas relações comerciais e diplomáticas entre os dois países ao longo de mais de 200 anos.

Diversos setores serão prejudicados pela medida, especialmente o agronegócio, que sofrerá impactos negativos na exportação de produtos como suco de laranja, café, carne bovina e frutas frescas para o mercado norte-americano.

 Com informações da Agência Brasília
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