DF ABRAÇA A ARARA-CANINDÉ

O sucesso do projeto para salvar araras urbanas depende da participação da sociedade – Foto Fábio Pozzebom – Agência Brasil
Instituto que salvou a arara-azul aterrissa em Brasília para preservar aves urbanas

Redação AgroDF
19 dezembro 2025

O Instituto Arara Azul (IAA), sediado em Mato Grosso do Sul, iniciou neste mês uma nova fase de atuação nacional ao aterrissar no Distrito Federal (DF). Reconhecida mundialmente por ter retirado a arara-azul da lista de espécies ameaçadas de extinção, a organização leva sua experiência de 38 anos para realizar um diagnóstico da presença de araras-canindé em Brasília. Elas são as chamadas aves urbanas da capital da República,

O trabalho marca a chegada do projeto Aves Urbanas – Araras na Cidade, que tem como objetivo promover a conservação dessas espécies. O levantamento é liderado pela bióloga Neiva Guedes, fundadora e presidente do IAA e uma referência internacional na conservação de psitacídeos.

Neiva Guedes: experiência do Mato Grosso do Sul será aplicada em Brasília – Foto: IAA

As araras-canindé fazem parte de um grupo rico e diverso de aves (papagaios, araras, periquitos, etc.), com mais de 80 espécies no país, destacando-se pela beleza, inteligência e papel ecológico, mas enfrentando ameaças como tráfico e desmatamento, com programas de conservação focados em espécies como o papagaio-verdadeiro, arara-azul e papagaio-de-cara-roxa, Neiva Guedes destaca que a conservação de sucesso começa com paixão, mas se sustenta com método, dados e, fundamentalmente, com o envolvimento da comunidade.

O IAA se tornou um símbolo de sucesso em conservação ambiental após um trabalho contínuo iniciado nos anos 1990, quando a arara-azul enfrentava risco real de extinção. As ações coordenadas, que incluíram pesquisas de campo e monitoramento de ninhos, permitiram que a arara-azul fosse retirada da lista vermelha.

Urbanização com preservação

Agora, a experiência adquirida em Mato Grosso do Sul serve de modelo para o Distrito Federal, onde o desafio é conciliar o desenvolvimento urbano com a preservação da biodiversidade local. O diagnóstico vai além do simples mapeamento das araras-canindé, concentrando-se em avaliar as áreas de uso da espécie, as possíveis ameaças e o nível de engajamento da comunidade.

Segundo o instituto, sem o apoio dos moradores e políticas públicas integradas, qualquer projeto urbano de conservação corre o risco de ser apenas uma “peça de marketing”. Por isso, o foco no Distrito Federal inclui envolvimento social, sensibilização e ações de educação ambiental com os moradores da região.

A iniciativa conta com o apoio institucional da Secretaria de Meio Ambiente do DF (Sema). A articulação para o início do diagnóstico foi realizada por Marcos Woortmann, do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), e Ricardo Monte Rosa, do Conselho Regional de Desenvolvimento Rural Sustentável do Lago Norte (CRDRS). A chef Fabiana Pinheiro, do Sallva Bar & Ristoranti, também aderiu à causa, idealizando a criação de uma praça temática no Lago Norte como ponto turístico, reforçando a presença das aves como símbolo da cidade. Contudo, a própria chef reconhece que tal proposta precisa se firmar em dados científicos concretos e planejamento técnico.

  • Com informações do IAA
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