Prévia do IPCA-15 de novembro fechou em 0,20% e alcançou 4,5% em 12 meses
Edição AgroDF
26 novembro 2025
A prévia da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA–15) (IPCA-15) fechou novembro em 0,20%, após avançar 0,18% no mês passado. Com essa variação, o IPCA-15 volta a ficar dentro do teto da meta da inflação perseguida pelo Banco Central pela primeira vez desde janeiro de 2025, quando também estava em 4,5%. Em abril, o ponto mais alto desde então, chegou a 5,49%.
A variação de 0,20%, divulgada nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é a menor para o mês de novembro desde 2019 (+0,14%). No mesmo período do ano passado, a variação do IPCA-15 foi de 0,62%.
O resultado da prévia da inflação confirma a tendência de baixa observada no mês passado, quando o índice já havia voltado a figurar abaixo de 5%. No mesmo período de 2024, o índice apresentava alta de 4,77%.
A meta do governo é de 3% ao ano com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, indo no máximo a 4,5%. Instituições financeiras ouvidas pelo boletim Focus, do Banco Central, divulgado na segunda-feira (24), estimam que o IPCA deve terminar o ano em 4,45%, dentro da tolerância da meta.
Grupos de produtos
A pesquisa do IBGE aponta que, dos novos grupos de produtos e serviços estudados, sete tiveram elevação na virada entre outubro e novembro. O grupo despesas pessoais representou o maior impacto no IPCA-15, registrando 0,09%. Dentro do grupamento, as maiores pressões foram exercidas pela hospedagem (4,18%) e pacote turístico (3,90%).
- Despesas pessoais: 0,85%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,29%
- Transportes: 0,22%
- Vestuário: 0,19%
- Alimentação e bebidas: 0,09%
- Habitação: 0,09%
- Educação: 0,05%
- Artigos de residência: -0,20%
- Comunicação: -0,19%
Avião e gasolina
No grupo dos transportes, a principal influência para aumento dos preços ficou com as passagens aéreas, que subiram 11,87%. Dessa forma, de todos os 377 produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, o bilhete de avião foi o subitem que mais forçou para cima o IPCA-15.
Por outro lado, os combustíveis tiveram queda no mês (-0,46%). A gasolina, produto que mais pesa na cesta de consumo dos brasileiros, recuou 0,48%, sendo o subitem que mais ajudou a segurar o IPCA-15 (impacto de -0,02 ponto percentual), ao lado do leite longa vida, arroz e energia elétrica residencial.
Alimentos em queda
A alta do grupo alimentação e bebidas interrompe uma sequência de cinco esses de queda. No entanto, especificamente a alimentação no domicílio recuou 0,15%. Essa é o sexto recuo seguido desse item. Em 12 meses, apresenta alta de 3,61%, abaixo do IPCA-15 geral.
Os principais impactos para esse resultado de baixa no preço da alimentação no domicílio na passagem de outubro para novembro foram:
- leite longa vida: -3,29%
- arroz: -3,10%
- frutas: -1,60%
Na outra ponta, subiram:
- batata inglesa: 11,47%
- óleo de soja: 4,29%
- carnes: 0,68%
Entenda o IPCA-15
Coleta de preços do IPCA-15 é feita em um período distinto do usado pelo IPCA. Com isso, o indicador demonstra qual será a tendência do resultado do mês. A última apuração refere-se ao período entre 14 de outubro e 13 de novembro de 2025.
A análise tem como alvo a cesta de produtos consumidos pelas famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, residentes em 11 áreas urbanas do Brasil (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Distrito Federal.
O indicador considera a evolução dos preços em nove grandes grupos. As análises levam em conta as variações apresentadas por itens das áreas de alimentação e bebidas, artigos residenciais, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.
O índice foi criado para apurar a variação dos preços nos 30 dias finalizados na metade de cada mês. O indicador começou a ser divulgado em maio de 2000 e representa uma prévia do IPCA, o índice oficial da inflação no país.












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