Deste total, R$ 78,2 bilhões são para fortalecer a agricultura familiar
O Plano Safra da Agricultura Familiar 2025-2026, lançado nesta segunda-feira (30) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevê injeção de R$ 89 bilhões para a o setor agrícola, beneficiando principalmente pequenos produtores rurais. Desse total, R$ 78,2 bilhões são do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que em 2025 completa 30 anos. Esse valor representa aumento de 47,5% de crédito rural em relação ao que foi destinado no Plano Safra 2021-2022, no Governo Jair Bolsonaro.
O novo Plano Safra, lançado em cerimônia no Palácio do Planalto, amplia o acesso ao crédito, incentiva a transição agroecológica, fortalece a produção de alimentos, ajuda a combate à fome e a gerar de renda no campo. Foi mantida a taxa de 3% para financiar a produção de alimentos, como arroz, feijão, mandioca, frutas, verduras, ovos e leite. A taxa cai para 2% quando o cultivo for orgânico ou agroecológico.
Essa estratégia, adotada nos últimos dois planos safras da agricultura familiar, resultou no aumento dos financiamentos para produtos da cesta básica, gerando renda no campo e garantindo preços mais justos aos consumidores, segundo o governo.
Mecanização agrícola
O plano traz ainda mais incentivos para a mecanização do campo por meio do Programa Mais Alimentos. O limite para a compra de máquinas e equipamentos menores foi ampliado de R$ 50 mil para R$ 100 mil, mantendo-se a taxa de juros de apenas 2,5%. Para máquinas maiores, o limite subiu para até R$ 250 mil com taxa de juros de 5%.
Alimentação Saudável
Na nova versão do Plano Safra está o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), instrumento de incentivo a políticas públicas voltadas à redução progressiva do uso de agrotóxicos na produção agrícola e ao fortalecimento
de sistemas de produção sustentáveis, com ênfase na agricultura familiar, na agroecologia e na produção orgânica.
Para isso, o Pronara prevê ações integradas de pesquisa científica, monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos e no ambiente, além do fortalecimento da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) e da ampliação do uso de bioinsumos. O objetivo é fomentar, cada vez mais, práticas agrícolas mais seguras, resilientes e saudáveis.
A institucionalização do Pronara fortalece a linha de ação contrária ao uso excessivo de agrotóxicos, ressaltando o papel das políticas nacionais no desenvolvimento rural sustentável e na segurança alimentar e nutricional. O programa, assim, articula-se também com o Plano Safra da Agricultura Familiar, que contempla ações de fomento ao crédito rural, à assistência técnica qualificada e ao fortalecimento das cadeias de produção de alimentos saudáveis.
A lógica do plano
O presidente Lula destacou a importância do Plano Safra e do Pronaf para atender ao pequeno produtor rural. “A agricultura familiar é composta por um contingente muito grande de homens e mulheres nesse país”, salientou Lula. “Nós temos quase 5 milhões de pequenos proprietários e pequenas proprietárias que têm, no máximo, até 100 hectares. E, desses, mais de 2 milhões e meio têm até 10 hectares. A gente precisa fazer com que o dinheiro chegue aos que mais precisam. Essa é a lógica do programa e essa é a lógica do sucesso”.
Já o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, enfatizou que o governo quer “que todo agricultor possa ter dignidade, possa ter conforto no trabalho no campo, para produzir alimentos para colocar nas mesas do povo brasileiro”. Sobre o crédito para compra de máquinas, Teixeira fez a seguinte avaliação: “Nós temos um aumento de 73,6% de operações de mecanização. Se a gente quiser reter o jovem no campo, se quiser incentivar a mulher a manter-se no campo e o agricultor no campo, a mecanização é decisiva”.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez uma avalição do atual momento da economia brasileira e da importância do setor rural para as conquistas do Governo Lula. “Estamos com a menor taxa de desemprego da história, melhor distribuição de renda da história, inflação em queda, dólar em queda e o PIB em alta”, enumerou Haddad. “Essa é a economia que o presidente Lula está criando para o Brasil, e o campo não é diferente disso. O campo é dos setores que mais recebem estímulo do governo e, de novo, está batendo outro recorde hoje, fazendo um Plano Safra que é o maior da história”.
