Mariangela Hungria é a primeira brasileira a ganhar o Prêmio Mundial da Alimentação
Redação AgroDF
18 maio 2025
A pesquisadora Mariangela Hungria, da Embrapa Soja (Londrina-PR),
arrebatou o Prêmio Mundial da Alimentação, concedido pela Fundação World Food Prize, nos Estados Unidos. É a primeira brasileira a conquistar o prêmio, considerado o “Nobel da Agricultura”. A premiação foi anunciada no dia 13 de maio e a entrega do prêmio acontecerá em 23 de outubro, em Des Moines, Iowa (EUA).
O prêmio reconhece anualmente as personalidades que contribuem para o aprimoramento da qualidade e da disponibilidade de alimentos no mundo. “Estou imensamente feliz, ainda não consigo acreditar”, declarou Hungria. “É uma grande honra, um reconhecimento mundial. Acredito que minha principal contribuição para mitigar a fome no mundo tenha sido minha persistência de que a produção de alimentos é essencial, mas deve ser feita com sustentabilidade”.
A pesquisadora lembrou que sua vida foi dedicada à busca por altos rendimentos na produção de alimentos, mas que ela sempre procurou substituir total ou parcialmente os fertilizantes químicos usando recursos sustentáveis. “Hoje, percebo uma crescente demanda global por maior produção e qualidade de alimentos, mas com sustentabilidade — reduzindo a poluição do solo e da água e diminuindo as emissões de gases de efeito estufa”, ressalta Hungria. “Minha abordagem busca produzir mais com menos: menos insumos, menos água, menos terra, menos esforço humano e menor impacto ambiental”, sempre rumo a uma agricultura regenerativa”.
Para a pesquisadora, o prêmio contribuiu para melhorar a imagem do Brasil tanto no âmbito da pesquisa científica quanto da produção de alimentos mais saudáveis. “Com essa premiação, existe também o reconhecimento do empenho da pesquisa brasileira rumo a uma agricultura cada vez mais sustentável, favorecendo nossa imagem no exterior”, ressaltou Hungria.
O Prêmio Alimentação
O Prêmio Mundial de Alimentação (World Food Prize) foi idealizado pelo engenheiro agrônomo e biólogo norte-americano Norman Ernest Borlaug, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1970, por seu trabalho no combate à fome no mundo. A premiação homenageia e reconhece o trabalho de quem atua para aprimorar a qualidade, a quantidade ou a disponibilidade de alimentos no planeta.
Concedido anualmente, o WFP foi criado, em 1986, com o patrocínio da General Foods Corporation. O laureado recebe US$ 500 mil e uma escultura projetada pelo artista e designer Saul Bass.
O Brasil já teve dois vencedores do prêmio WFP. Em 2006, os agrônomos brasileiros Edson Lobato e Alysson Paulinelli
dividiram o prêmio com o norte-americano Andrew Colin McClung. Eles realizaram projetos para o desenvolvimento da agricultura na região do Cerrado.
