LEILÃO DO ARROZ DERRUBA DIRETOR

Irregularidades provocaram a anulação do primeiro leilão de arroz importado da Conab - Foto: Divulgação

Escândalo na licitação provoca o afastamento do chefe da diretoria que realizava os leilões da Conab

25 Junho 2024
Redação AgroDF

 O chamado “Escândalo do Arroz” derrubou hoje (25) Thiago José dos Santos, diretor-executivo de Operações e Abastecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Santos pediu exoneração do cargo, segundo o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. O afastamento ficou de ser confirmado ainda nesta terça-feira em reunião do Conselho de Administração da Conab.

A Diretoria de Operações, então comandada por Santos, é a responsável pela operacionalização dos leilões promovidas pela Conab. Foi essa diretoria que promoveu o polêmico leilão realizado no dia 6 de junho, quando a companhia, por meio de certame virtual, comprou 263,3 mil toneladas de arroz importado para manter o mercado brasileiro abastecido e evitar alta do preço do produto por causa das enchentes no Rio Grande do Sul.

Após o leilão, foi identificada incapacidade técnica e irregularidades nas quatro empresas que venceram o certame. A maior vendedora foi a empresa “Queijo Minas” de Macapá (AP), e tem como atividade principal a venda de leite e laticínios. O escândalo alcançou “cabeças coroadas” do Ministério da Agricultura. Restou ao presidente Lula determinar a anulação do leilão. Nova concorrência será realizada, mas ainda não foi definida a data será e se haverá critérios mais rigorosos para evitar que irregularidades voltem a se repetir.

Sociedade suspeita

Thiago Santos foi indicado para o cargo pelo ex-deputado federal Neri Geller, então secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Geller foi o primeiro a cair após eclodir o escândalo do leilão do arroz. Ele começou a balançar no cargo após a divulgação de que um ex-assessor dele havia grande parte da venda do arroz na concorrência da Conab.

Geller, quando foi secretário na Câmara dos Deputados, tinha entre seus assessores Robson Almeida de França. Uma das empresas vencedoras do leilão do arroz pertence ao ex-assessor, que por sua vez é sócio de Marcelo Piccini Geller, filho do então secretário de Política Agrícola do Mapa.

Após o leilão, revelou-se que Robson França havia criado no ano passado as empresas Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e a Foco Corretora de Grãos, que teriam intermediado 44% da venda do arroz importado vendido no leilão da Conab. Geller pediu exoneração no dia 11 de junho.

Antes de ser exonerado, o ex-deputado declarou que o filho Marcelo se tornou sócio de uma corretora de mercadorias antes do próprio Neri Geller assumir o cargo de secretário de Política Agrícola. E que a empresa ao qual o filho se associou não estava em operação, não participara do leilão e não realizara nenhuma transação comercial.

A BTM foi fundada em 29 de maio de 2023, funcionando na Avenida São Sebastião, nº 3493 – Sala 02 – Bairro Quilombo, em Cuiabá (MT). A empresa teria sido criada com o propósito de participar dos leilões que seriam realizados pela Conab, segundo denúncias reveladas na apuração do “Escândalo do Arroz”.

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