TILÁPIA VENCE BATALHA

A tilápia, o peixe mais consumido no Brasil, está no centro da polêmica sobre espécies exóticas invasoras - Foto: EBC

Conabio suspense atualização da lista de espécies exóticas invasoras

 Redação AgroDF
5 dezembro 2025

Na guerra entre o mar e o rochedo, a tilápia, que estava perdendo, acabou vencendo a primeira batalha. A guerra em questão é a inclusão da tilápia e de outras culturas na lista de espécies exóticas invasoras, trabalho conduzido pela Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio), vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Depois de dois meses de intensa polêmica entre a comissão e produtores, a Conabio anunciou nesta quinta-feira (4) a suspensão do temporária do processo.

A avaliação começou em setembro para atualizar a lista de espécie exóticas invasoras. Na lista entrou a tilápia, que no início da década de 1990 começou a ganhar espaço na mesa dos brasileiros, sendo hoje hoje é o peixe mais consumido no Brasil.

A inclusão da tilápia causou reações dos produtores, que apontaram os prejuízos que seriam causado caso a produção e comercialização do peixe sofressem restrições. A Conabio argumentou que a atualização da lista é um processo técnico de caráter preventivo e baseado em informações científicas para evitar impactos negativos sobre a biodiversidade nativa. Ressaltou que a inclusão não implica em banir o peixe ou proibir seu cultivo.

Atualização não definida

A poeira não baixou. Depois de atravessar outubro e novembro tendo que se explicar sobre o processo de atualização da lista, a Conabio jogou a tolha. Pediu trégua. Suspendeu os trabalhos, mas não desistiu da luta. A atualização da lista será retomada – mas não se sabe quando.

Em nota oficial, a Comissão avisou: “A análise será retomada após a consolidação das contribuições de todos os seguimentos interessados, que será submetida à apreciação da Conabio, formada por 12 ministérios, autarquias e representantes dos setores produtivos da agricultura, pecuária e indústria, órgãos estaduais e municipais de meio ambiente, universidades e institutos de pesquisa, agricultura familiar, pescadores artesanais, povos indígenas e comunidades tradicionais, entre outros”.

A decisão da Conabio foi comemorada pelo presidente interino da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Ágide Eduardo Meneguette. “A possibilidade de incluir a tilápia e outras atividades na lista de espécies invasoras era precipitada”, avaliou Meneguette. “No caso do pescado, por exemplo, já ocorre o cultivo há mais de 25 anos com autorização do Ibama e em condições controladas. A interrupção do processo é uma medida ponderada, que atende os anseios das entidades do setor produtivo e, principalmente, dos produtores rurais”.

Mercado da tilápia

A produção e o consumo de tilápia no Brasil cresce a cada ano. Em 2024, a cadeia produtiva da tilápia movimentou R$ 1,8 bilhão e gerou US$ 34,7 milhões em exportações. O Paraná, responsável por 36% da produção nacional dessa cultura, é líder no Brasil em embarques ao mercado internacional. Somente nos dois últimos anos, a produção paranaense do peixe cresceu 94% em valor e 68% em volume nessas negociações, segundo a FAEP.

Além da tilápia, o Brasil possui inúmeras espécies exóticas. Algumas causam graves danos ambientais, outras são cultivadas e ainda há espécies que já fazem parte de biodiversidade brasileira. Entre as espécies que ameaçam o meio ambiente estão o javali, o mexilhão-dourado, o peixe-leão e o mosquito da dengue. Entre os exemplos de espécies exóticas cultivadas e estabelecidas, estão o café, a soja e a mangueira, têm grande importância econômica, tendo a produção estimulada. É também o caso da tilápia – exótica, porém, altamente rentável.

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