Destruição da vegetação nativa ainda é grande, mantendo o bioma em risco
Redação AgroDF
17 julho 2025
No primeiro semestre de 2025, o desmatamento diminuiu no Cerrado e aumentou na Amazônia, que há dois anos vinha registrando queda na derrubada de floresta nativa, segundo boletim do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
No Cerrado, o desmatamento neste ano caiu 10% em relação ao primeiro semestre de 2024, baixando de 3.724, km² para 3.358 km², uma área equivalente a quase cinco cidades de Goiânia (GO). Já na Amazônia a destruição aumentou 27% em comparação com o mesmo período do ano passado, perdendo 2 mil km², área equivalente a quase duas cidades do Rio de Janeiro.
Apesar da queda registrada, o Cerrado continua sendo o bioma mais ameaçado e o que apresenta o mais alto nível de desmatamento. Ambientalistas atribuem o elevado índice, entre outras causas, ao limite de desmatamento legal em cada região. Enquanto na Amazônia Legal o limite é de até 20%, no Cerrado esse teto sobe para 80%.
Causas do desmatamento
O Ministério do Meio Ambiente justificou que a alta registrada na Amazônia Legal foi influenciada pelos incêndios no segundo semestre de 2024 e pela seca extrema que atingiu a região por dois anos seguidos. Sem esses dois fatores, o desmatamento no primeiro semestre de 2025 teria caído 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o ministério.
O tempo seco e o aquecimento do planeta são apontados como as principais causas que levaram a Amazônia a registrar mais de 140 mil focos de incêndio em 2024 – o número mais alto dos 16 anos anteriores.
O Inpe monitora separadamente o que são focos de incêndio do que é desmatamento. Mas com a frequência dos incêndios florestais, as queimadas interferem nos índices de desmatamento. No final, a destruição da floresta é o resultado desses e de outros fatores, segundo ambientalistas.