Lula inaugura ponte que interliga os estados do Tocantis e do Pará
Edição AgroDF
19 novembro 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou na manhã desta terça-feira (18) a ponte que liga os municípios de Xambioá, no Tocantins, e São Geraldo do Araguaia, no Pará. A nova ponte vai facilitar o transporte de cargas e diminuir o tempo de deslocamento entre os dois estados, contribuindo também para a integração multimodal com a Ferrovia Norte–Sul e a hidrovia Tocantins–Araguaia.
Com investimento de R$ 230 milhões, a ponte sobre o Rio Araguaia tem 2.010 metros de extensão, sendo 1.700 metros no Tocantins e 310 metros no Pará. A estrutura está localizada na BR-153. Naquele trecho da rodovia circulam 1,5 mil veículos por dia. A obra beneficia diretamente mais de 35 mil habitantes das duas cidades, além de milhares de pessoas que vivem em municípios vizinhos.
Durante décadas, a travessia de veículos e pessoas entre os dois municípios era feita por balsas, o que demorava 30 minutos. A espera pela balsa, porém, chegava a demorar uma hora. Agora, a travessia pode ser feita em menos de cinco minutos – e sem depender de balsa.
Ao inaugurar a ponte, disse Lula: “Eu sei o sacrifício que essa balsa causava a todo mundo, mas seria injusto da minha parte fazer críticas a essa balsa e não reconhecer que tinha uma balsa para atravessar as pessoas quando o estado não cumpria com a sua função. Não era justo alguém pagar para atravessar a balsa. Agora o estado está garantindo o direito do povo de ir e vir, e que possa atravessar a pé, de carro, de caminhão ou como quiser”.
Escoamento da produção
Além de aproximar pessoas, a ponte sobre o rio Araguaia se conecta diretamente à BR-153, uma das principais rotas de escoamento da produção de Tocantins e Pará, transformando a logística entre o Norte e o Centro-Oeste do país.
A expectativa é de que o fluxo de mercadorias ganhe maior agilidade, ampliando o escoamento da produção agropecuária, industrial e mineral, consolidando a competitividade do Pará, do Tocantins e de toda a Região Norte no cenário nacional e internacional.
A estrutura é especialmente estratégica para a economia do Matopiba, região que compreende Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, considerada a grande fronteira agrícola nacional e responsável por aproximadamente 10% da produção brasileira de grãos e fibras, com destaque para soja, milho e algodão.
É também estratégica para o escoamento da produção agrícola do Pará, que tem o segundo maior rebanho bovino do Brasil. O município paraense de São Felix do Xingu é o que possui o maior rebanho bovino do país e está há 468 km da nova ponte.

Governadores comemoram
O governador do Pará, Helder Barbalho, que participou na inauguração, lembrou que em 2017, no seu primeiro mandato, esteve em São Geraldo para a assinatura da ordem de serviço que daria início às obras. Houve atrasos ao longo do processo nas gestões passadas, mas é no governo do presidente Lula que esta ponte se torna realidade”, ressaltou.
“São obras como essa que transformam vidas, geram milhares de empregos e impulsionam o desenvolvimento”, ressaltou Helder. “ Sinto alegria por ter participado do início deste sonho e, agora, ver ao lado do presidente Lula a ponte que integra o Pará ao Brasil pronta e entregue ao povo”.
O governador do Tocantins, Laurez Moreira, também comemorou a inauguração da nova ponte. Disse Moreira: “Essa obra nos dá a certeza de que o cidadão que está em Belém, hoje chega lá no extremo Sul do Brasil através da nossa BR-153. É a última ponte que faltava ser construída nessa rodovia, que é, sem dúvida alguma, uma das mais importantes rodovias brasileiras”.
Para o diretor-executivo do DNIT, Carlos Barros, a nova ponte “é um avanço significativo para o desenvolvimento” região produtiva. “A obra vai permitir integração, escoamento da safra e desenvolvimento regional”.
De Temer a Lula
O contrato para construção da ponte foi assinado em 2017, durante o governo do Michel Temer (MDB). Em 2018, foi feita a primeira previsão para o início da construção, com estimativa de três anos de entrega. Apesar disso, a obra foi alvo de disputa judicial e a ordem de serviço foi assinada pelo DNIT somente em 2020, já no governo de Jair Bolsonaro.
O valor da obra também sofreu alterações ao longo dos anos. Quando anunciada pelo governo Temer, a obra estava orçada em R$ 132 milhões. Quase três anos depois, no governo Bolsonaro, a ordem de serviço previa o valor de R$ 157 milhões.
Em 2023, o governo Lula precisou contratar os projetos e as obras de acessos à ponte, que já estava concluída. Com mais esse investimento, que inclui despesas com desapropriações das áreas necessárias para a implementação dos acessos, o custo da obra subiu para R$ 230 milhões.
Após oito anos de obras e R$ 98 milhões a mais, a chamada Ponte da Integração Pará-Tocantins finalmente está liberada para o desenvolvimento econômico e social da região.












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