Conferência começa com reunião de Chefes de Estado no dia 6 de novembro
Redação AGRODF
4 novembro 2025
Belém do Pará já começa a receber os participantes da 30º edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP3), que deve reunir 65 mil pessoas, entre elas são esperados 50 mil delegados, negociadores e jornalistas, além de 15 mil representantes de movimentos sociais, que estarão debatendo na programação paralela Cúpula dos Povos.
O Ministério das Relações Exteriores informou que está confirmada a participação de 143 delegações dos 198 países signatários dos tratados internacionais sobre mudanças climáticas.
A COP 30 será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro. Mas antes da programação oficial acontece, nos dias 6 e 7 de novembro, a reunião da Cúpula de Chefes de Estados, com a participação dos líderes dos países participantes da Conferência. Eles vão definir os compromissos que serão discutidos, negociados e aprovados ao final da COP 30.
O principal objetivo da COP é definir medidas necessárias para limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5ºC até o final deste século, acelerando a implementação do que foi negociado nas conferências anteriores, principalmente a de 2015, em Paris.
O embaixador André Lago, presidente da COP30 e secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, explicou a importância do debate constante entre as nações sobre as mudanças do clima: “É um processo que vai exigindo constantes aperfeiçoamentos. Além do mais, no caso da mudança do clima, houve uma grande evolução da ciência, do pensamento econômico sobre o impacto da mudança do clima. Então, as COPs anualmente aperfeiçoam esse processo e criam uma legislação e orientam os países numa direção que, antes de mais nada, é baseada na ciência”.
O embaixador ressaltou ainda: “Desde o Rio em 92, a ideia seria de que cada vez mais nós deveríamos acentuar essa responsabilidade histórica dos países envolvidos e as necessidades cidades dos países em desenvolvimento”.
Os espaços da COP
A programação da COP30 será dividida em dois espaços diferentes: a Zona Verde e a Zona Azul. Na Zona Verde o debate sobre o clima vai reunir representantes da sociedade civil, instituições públicas e privadas, além de líderes globais.
Já a Zona Azul vai ser o palco oficial das negociações da Cúpula de Líderes e dos pavilhões nacionais. Nessa área, irão participar chefes de Estado, observadores e imprensa credenciada. ÉD na Zona Azul que vão ser traçados os rumos das políticas climáticas internacionais.
O presidente da COP 30, André Lago, lembra que desde 2021 as conferências climáticas contam com a chamada “Agenda de Ação”, que reúne os governos subnacionais, o setor privado, sociedade civil, líderes na tecnologia, a academia. “Com base nessas discussões, nós vamos mostrar que existem já imensas respostas e soluções para vários dos desafios que nós temos que enfrentar”, ressaltou Lago.
Para ele, a “Agenda de Ação deve dar um dinamismo extraordinário à COP e vai permitir que o setor privado, os governos subnacionais e os demais membros da sociedade civil possam contribuir de maneira incrível, porque já poderão usar de maneira muito clara o que já foi aprovado”.
Decisões lentas
Para os dias de debates contra a emergência climática, diversos movimentos sociais e organizações não governamentais se preparam para levar propostas, cobrar medidas e exigir o cumprimento delas. Entre as entidades, está o Observatório do Clima.
A especialista em política climática da organização, Stela Herschmann, avalia que as COPs vêm avançando nas medidas para conter o avanço das mudanças climáticas, mas reclama da demora nas decisões. “As conferências têm um processo de tomada de decisão que é muito lento e que a gente não tá correspondendo à velocidade da mudança que a gente tá vendo”, reclama Stela.
“A ciência já mostrou o caminho”, reforça. “Temos diversos avanços que a gente pode citar como importantes para enfrentamento da crise climática, mas ainda não foram respostas de novo na velocidade que precisa com a rapidez e com o corte que a ciência indica que tem que ser feito”.












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