Relatório da Emater aponta que o movimento financeiro do setor cresceu 14% em relação a 2022
06 Junho 2024
Redação AgroDF
As atividades do setor agropecuário do Distrito Federal movimentaram cerca de R$ 6 bilhões em 2023, registrando crescimento de 14% em relação a 2022. Os números estão no relatório Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA) divulgado hoje pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).
A empresa esclarece que o valor bruto é um indicador conjuntural que demonstra o desempenho das safras. A metodologia é a multiplicação da produção rural pelo preço dos produtos agropecuários. Os números resultam da soma da produção de sete segmentos: pecuária (carne, ovos e leite), olericultura (tomate, da alface e morango), grandes culturas (soja, milho e sorgo), fruticultura (goiaba, banana e abacate), floricultura (palmeiras, forrações e gramas), silvicultura (eucalipto, pupunha e guariroba) e produtos orgânicos.
Desempenho dos setores
A pecuária foi o segmento que puxou o crescimento, com destaque para a avicultura. Em 2023, o valor bruto da pecuária cresceu 78%, impulsionado pela avicultura industrial (R$ 1 bilhão), produção de ovo comercial (R$ 56 milhões) e de ovos férteis para frango de corte (R$ 703 milhões). A Emater-DF atribui o desempenho ao aumento do consumo de frango, alternativa encontrada pelos consumidores para fugir dos altos preços da carne bovina.
O segundo melhor desempenho foi das hortaliças, que movimentaram R$ 1,7 bilhão, representando 31,85% no somatório do valor bruto. “Houve um aumento de 40% a 50% do preço das hortaliças. Esse aumento de preço incentivou o cultivo e fez aumentar em mais de mil hectares a área plantada”, explicou Jair Tostes, técnico da Emater.
A comercialização de grãos gerou mais de R$ 1,4 bilhão (24,97%), enquanto a fruticultura movimentou R$ 205 milhões no ano passado. Já as grandes culturas, como milho e soja, tiveram retração de 26,8% de 2022 para 2023 em razão da queda dos preços internacionais. “Houve uma diminuição de área plantada dessas commodities por causa do preço. Enquanto isso, as hortaliças cresceram 18,9%”, explicou Cleison Durval, presidente da Emater.
Com relação à área produtiva por hectare, a produção de grãos ocupou 165.444,86 hectares de área cultivada e a floricultura chegou a 1.683,63 hectares. Já as hortaliças ocuparam 8.467,803 hectares.
A produção orgânica também teve bom desempenho, embora ainda bem abaixo da produção convencional. O movimento financeiro do setor movimentou R$ 2 milhões 197 mil. As grandes culturas orgânicas (feijão, milho, café, arroz, girassol, amendoim e cana de açúcar) geraram R$ 2 milhões com produção em 69,7 hectares. A olericultura orgânica foi responsável por 11,7 toneladas produzidas em 462,27 hectares, com movimento de mais de R$ 123 milhões. Já a silvicultura orgânica (guariroba e mogno) movimentou R$ 63 mil.
O relatório está disponível no site da Emater: https://www.emater.df.gov.br/ .